A prática de exercícios aeróbicos regulares, nomeadamente de caminhadas ao ar livre, é eficaz no tratamento preventivo da enxaqueca crónica. A conclusão é de um estudo brasileiro.
A prática de exercícios aeróbicos regulares, nomeadamente de caminhadas ao ar livre, é eficaz no tratamento preventivo da enxaqueca crónica. A conclusão é de um estudo brasileiro, que revela que este tipo de atividade física resulta na redução da intensidade e frequência das crises.
No âmbito do estudo, desenvolvido por investigadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), os especialistas analisaram 60 pacientes de ambos os sexos com idade entre 18 e 50 anos, com diagnóstico de enxaqueca crónica (15 ou mais dias de dor de cabeça por mês) e que seguiram dois modelos distintos de tratamento no período de Junho de 2010 a Julho de 2012.
Os voluntários foram divididos em dois grupos de 30 pessoas: o primeiro grupo foi orientado para a prática, durante três meses, de exercícios aeróbicos (caminhadas de 40 minutos ao ar livre, três vezes por semana) e para a toma da medicação preventiva, ao passo que o segundo grupo apenas tomou, durante a experiência, os medicamentos prescritos.
Após o processo, todos os pacientes foram avaliados pela equipa em parâmetros como a frequência, a intensidade e a duração das dores de cabeça, os dias de uso de medicação analgésica, o índice de massa corporal (IMC) e a pontuação nas escalas que avaliam depressão e ansiedade, explica um comunicado da Unifesp.
Perda de peso e menos sintomas de ansiedade e depressão
Thais Rodrigues Villa, orientadora do estudo e neurologista do Departamento de Cefaleias do Ambulatório de Investigação e Tratamento da Dor de Cabeça (DITH) da Unifesp, afirma que os resultados foram surpreendentes.
“O estudo demonstrou que o grupo de pacientes que utilizou a combinação de terapia de medicamentos preventivos associada a exercícios aeróbicos apresentou uma melhoria significativa em todos os parâmetros da cefaleia e também na redução do índice de massa corporal, resultando em perda de peso”, revela a investigadora.
De acordo com Villa, “a média de dias de dor de cabeça num mês passou de 23 para 5 dias”, uma redução bastante superior à dos pacientes que apenas tomaram a medicação: estes “melhoraram cerca de 50%, com uma queda de 25 para 13 dias de dor”.
Além disso, “a melhoria nos sintomas de depressão e ansiedade também foi mais evidente no grupo que praticou exercícios”, notou a especialista, que acrescenta que “o exercício aeróbico de intensidade moderada, praticado regularmente, pode promover o relaxamento muscular, a melhoria do condicionamento cardiovascular e a redução da frequência, intensidade e duração das crises de dor de cabeça”.
A coordenadora do estudo destacou ainda que, “mesmo com os exercícios realizados em casa, os pacientes tiveram resultados positivos”, mas lembrou que “para a realização deste tipo de tratamento é necessário o acompanhamento de um médico especialista”.
Notícia sugerida por Maria da Luz