A Associação dos Industriais de Calçado está, neste momento, a negociar um acordo comercial com os EUA que acredita ser positivo para o setor. As estimativas apontam para 200 milhões de potenciais clientes norte-americanos, num mercado que se pode vi
A Associação dos Industriais de Calçado está, neste momento, a negociar um acordo comercial com os EUA que acredita ser positivo para o setor. As estimativas apontam para 200 milhões de potenciais clientes norte-americanos, num mercado que se pode vir a tornar o maior a nível de exportações para a indústria.
Ainda que, atualmente, sejam os países europeus aqueles que absorvem a maior parte das exportações de calçado nacional, o objetivo passa por procurar “mercados alternativos”. Quem o diz é João Maia, diretor executivo da Associação dos Industriais de Calçado, para quem este acordo com os EUA é de grande importância, a par do Japão.
O responsável encara este país asiático como possível segundo mercado de exportação, já que a Europa, onde se encontram os “clientes ricos” é equiparada a mercado doméstico. Além disso, segundo conta, os EUA produzem “um décimo” do que a indústria portuguesa fabrica, não tendo um “preço médico significativo”.
Por seu lado, o preço do calçado nacional para exportação ronda os 23 euros, sendo o segundo mais elevado a nível mundial e custando o triplo do calçado importado. Como o novo acordo, o setor poderia passar a exportar 10% da produção para os EUA, em vez dos atuais 3%.
“O acordo que está em negociação é muito abrangente, tem várias áreas de atuação, como a regulação, mas para nós o mais significativo são as tarifas”, adianta à Lusa.
Na generalidade, as taxas aduaneiras rondam os 10%, o que significa que cada par de sapatos exportados para os EUA paga um imposto de 10% à entrada no país. No entanto, defende que “um acordo de comércio livre terá tendência a eliminar esta tarifa”.
As preocupações recaem também sobre o facto de o tratado demorar muito tempo a negociar, sublinhando que o acordo partiu de “um esforço político muito forte do Presidente Obama” para fazer face à falta de crescimento na Europa e nos EUA, podendo ficar num impasse caso as negociações ultrapassarem o mandato de Obama.
“O nosso medo é que demore mais do que o mandato do presidente Obama e depois não haja esse esforço político. Daí acharmos que tem de ser negociado neste horizonte temporal de 2014/2015”, adianta.