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Portugal é o primeiro país a receber a vacina preventiva da leishmaniose canina, doença prolongada que pode ser fatal e que se pode transmitir aos humanos. A vacina é lançada esta terça-feira, no CCB, em Lisboa, avança a agência Lusa.Febre, queda do pêlo (em especial à volta dos olhos), perda de peso, lesões cutâneas e problemas nas unhas são apenas alguns dos sintomas da leishmaniose canina, uma doença transmitida através de um mosquito que injeta o parasita nos animais. A doença não tem cura e é muitas vezes fatal para os animais.
Segundo a bastonária da Ordem dos Médicos Veterinários, Laurentina Pedro, a comercialização desta vacina é um passo “muito importante” na proteção da saúde pública: “Uma vacina contra uma doença tão grave (…)evita tratamentos dispendiosos, o sofrimento do animal, dos seus donos e o risco que estes correm de serem infetados”.
Segundo o laboratório que comercializa a vacina, esta foi desenvolvida pela empresa francesa Bio Veto Test (BVT), em conjunto com o Instituto de Pesquisa e o Desenvolvimento (IRD) e as equipas de investigação e desenvolvimento do grupo francês Virbac.
“Este projeto é baseado numa invenção patenteada da IRD relativa à cultura da leishmania, tendo o IRD concedido uma licença exclusiva à BVT para o mercado veterinário”, prossegue a empresa.
A vacina poderá ser administrada a partir dos seis meses de idade, sendo que o ciclo de vacinação completo consiste em três injeções, com intervalos de três semanas, e proporciona uma defesa interna prolongada contra os sintomas da infeção, segundo informação do laboratório que a comercializa.
A proteção implica ainda uma dose de reforço anual da vacina para manter a imunidade. Questionado pela agência Lusa quanto ao preço da vacina, o laboratório Virbac explicou que não pode, por lei, divulgar esta informação.
Esta comercialização foi possível porque o Comité para os Medicamentos Veterinários (CVMP) da Agência Europeia do Medicamento (EMA) emitiu, a 13 de janeiro deste ano, um parecer positivo para a vacina.
A 14 de março, a Comissão Europeia confirmou este parecer ao atribuir ao laboratório Virbac a Autorização de Introdução no Mercado (AIM) europeu para esta vacina.
A vacina será lançada numa primeira fase na Europa do Sul, até ao final do primeiro semestre de 2011, uma implantação que “tem em consideração a prevalência geográfica da doença e o período necessário para a produção em maior escala da vacina”. [Notícia sugerida por Ana Isa Fernandes, Olga Ribeiro e Rita Gago da Câmara]