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Burel: Tecido português aquece Portugal e o Japão

O tecido mais medieval português está de volta e, desta vez, não se fica pelas terras altas do país. Da Serra da Estrela até ao Japão, o burel tem vindo a conquistar o mundo. A aposta na modernização deste produto fez disparar as vendas de empresas,
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O tecido mais medieval português está de volta e, desta vez, não se fica pelas terras altas do país. Da Serra da Estrela até ao Japão, o burel tem vindo a conquistar o mundo. A aposta na modernização deste produto tem feito disparar as vendas, conta ao Boas Notícias a empresa Ecolã.

por Margarida Cruz
 

Produzido com 100% de lã pura, o burel foi durante muito tempo o tecido eleito pelas gerações de serranos das terras altas portuguesas. Pelo “grande conforto térmico” proporcionado e pela sua “impermeabilidade natural”, o burel era usado para proteger do frio e abrigar aqueles que mais se expunham às temperaturas baixas como, por exemplo, os pastores.


Por isso mesmo, foi “em pleno coração da Serra da Estrela, no maior vale de origem glaciar existente na Europa, o Vale Glaciário do Zêzere”, que nasceu a Ecolã. Fundada no início do século XX, esta empresa familiar trabalha lã, de forma artesanal, há três gerações, acompanhando “todo o seu ciclo, desde a tosquia – entre Abril e Maio – até ao produto final”.
 
António Costa, porta-voz da empresa, contou ao Boas Notícias que a Ecolã tem vindo a apostar na modernização deste produto desde 1995, altura em que João Clara, a terceira geração da família, “tomou o leme”.  
 
“Temos ido mais além. Além da roupa, fazemos malas, chinelos, chapéus, cachecóis, mantas, cobertores, echarpes… Tudo com certificação artesanal”, refere. “Nos anos 40, por exemplo, produzíamos e vendíamos essencialmente mantas e cobertores. Só nos anos 90 é que começámos a trabalhar com designers para inovar a nossa produção”.
 
A nova aposta ainda hoje continua a dar frutos. “Demos conta que a parceria com designers nos permite estar presente noutros mercados”, revela o representante da empresa. “Estamos há quatro anos no Japão, por exemplo, e o volume de negócios não para de crescer”.
 
“Recebemos todos os meses clientes japoneses que nos vêm visitar. São um povo muito apologista dos produtos ecológicos, com tradição e qualidade, por isso, não dispensam uma visita ao nosso 'laboratório aberto' para verem como é que tudo é feito”, acrescenta.


Linguagem contemporânea aumenta procura

Para além do Japão, o burel já chegou a países como a Alemanha, Itália, França e Espanha onde a Ecolã conta com diversos agentes locais a vender os seus produtos. Mas não é só a procura externa que está a aumentar as vendas desta fábrica de Manteigas. 
 

O tecido rústico serrano voltou a despertar o interesse dos portugueses, depois de vários anos de esquecimento. “A crise dá azo a um retorno ao tradicional. As dificuldades trazem ao de cimo coisas que estavam esquecidas pelo tempo, numa espécie de revivalismo. É notório um interesse acrescido”, diz António.
 

Aliado a tudo isto, “a linguagem contemporânea” agora atribuída aos produtos fabricados também veio conquistar novos curiosos. Um deles, além de consumidor, quis mesmo fazer parte da equipa por detrás das criações com burel”. 

Nele de Block é uma designer têxtil, de origem flamenga e nacionalidade belga. Seduzida pelas características deste tecido lusitano, apresentou uma proposta à Ecolã e lançou uma linha minimalista de produtos de linho belga, incorporado em burel, produzido pela empresa. De nome Sennes, a marca da designer belga marca presença em grandes cidades como Paris, Bruxelas, Tóquio e Seul. 

A Ecolã conta atualmente com onze trabalhadores, mas António Costa acredita num crescimento a médio prazo. O objetivo é alargar as parcerias com designers portugueses e estrangeiros e apregoar ao mundo o melhor do 'conforto' 'lusitano a partir do ponto mais alto de Portugal continental. 

Clique AQUI para aceder à página de Facebook da Ecolã e AQUI para conhecer o site da empresa.

Notícia sugerida por Vítor Fernandes

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