A desigualdade entre ricos e pobres no Brasil chegou ao nível mínimo já registado no país durante a última década, de acordo com um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) que indica que a renda da metade mais pobre da população aumentou 5,5 vezes mais rápido do que a da minoria mais rica do país.
De acordo com o investigador Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais da FGV, citado pela BBC News, a renda dos 50% mais pobres no Brasil cresceu 67,93% ao longo da última década (dezembro de 2000 a dezembro de 2010), enquanto a renda dos 10% mais ricos teve incremento de 10,03%.
Segundo o mesmo responsável, os principais efeitos por trás da redução da desigualdade são, em primeiro lugar, o aumento da escolaridade, e em segundo, programas sociais de redistribuição de renda.
O estudo intitulado “Desigualdade de Renda na Década” baseou-se em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) e da Pesquisa Mensal do Emprego (PME), ambos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para traçar um panorama da década.
A conclusão de Neri é de que este período merece o título de “década de redução da desigualdade”, assim como os anos 1960/70 teriam sido os do milagre económico; os anos 1980, os da redemocratização; e os 1990, os da estabilização.
De acordo com o estudo, a desigualdade chegou a seu mínimo histórico em 2010. A redução da pobreza foi de 50,64% durante a era Lula, entre dezembro de 2002 e dezembro de 2010.