Maquilhagem, manicure ou pedicure são cuidados que consideramos banais. Porém, para os pacientes do Hospital de Braga, alegram os dias que demoram a passar.
Maquilhagem, manicure e pedicure, depilação ou tratamentos de rosto e corpo são cuidados que estamos habituados a encontrar com facilidade em cabeleireiros ou centros de estética e que consideramos banais. Porém, para os pacientes que se encontram internados no Hospital de Braga, estes são mimos que alegram os dias que a doença torna difíceis de passar.
O projeto “Oficina de Estética” ambiciona isso mesmo: estimular a autoestima dos doentes e fazê-los mais felizes. Promovida pelo curso de Aprendizagem de Esteticismo e Cosmetologia da Die Afpel desde Novembro de 2011, a iniciativa já deu um pouco de cor à vida aos utentes de várias Instituições Particulares de Solidariedade Social como lares de terceira idade, centros de dia e apoio domiciliário ou unidades de cuidados continuados. Agora, ampliou o seu campo de atuação.
“Por ser um curso apoiado por fundos públicos [provenientes do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP)] entendemos que se poderia criar um projeto, aberto à comunidade, de modo a fazer chegar os cuidados de estética e de cosmética às pessoas que se encontram em situação de especial vulnerabilidade”, explica, em entrevista ao Boas Notícias, a diretora pedagógia da Die Apfel, Benedita Aguiar.
Foi assim que, pela primeira vez, a “Oficina de Estética” se estendeu a um hospital – o Hospital de Braga – onde, uma vez por semana, as alunas do curso, sob orientação dos formadores, oferecem a homens e mulheres uma atenção especial que tem sido recebida com entusiasmo. “A iniciativa está a ter um excelente acolhimento, porque as formandas estão bem preparadas para o exercício das tarefas e porque os tratamentos são gratuitos”, revela Benedita.
“No outro dia uma utente disse-me: 'Isto não parece um hospital, parece um spa de luxo!”, conta, acrescentando que “é comum os utentes referirem que não se sentem esquecidos, que têm um tratamento personalizado e individualizado”, uma opinião também partilhada pelas famílias, cientes da importância deste tipo de gestos.
Ao mesmo tempo que mimam aqueles que se encontram mais fragilizados, as alunas têm a oportunidade de aperfeiçoar conhecimentos e de aplicar, na prática, aquilo que aprendem, o que constitui outra das mais-valias deste projeto.
“As formandas têm tido bastante trabalho, o que é fantástico para o processo de ensino-aprendizagem: aprendem a prestar todos os cuidados estéticos e cosmetológicos em peles mais vulneráveis, com determinadas especificidades”, defende a diretora pedagógica.
Benedita Aguiar salienta ainda o facto de esta ser a primeira colaboração com um hospital o que, “dada a sua dimensão, constitui uma experiência de crescimento pessoal e profissional” para estas jovens.
A iniciativa vai decorrer ao longo de todo o ano e, em 2013, após a conclusão do curso atual, uma nova turma continuará a assegurar que estes utentes não deixam de se sentir bonitos e confiantes. “Sem dúvida que este projeto é para repetir, pois os resultados são excelentes”, conclui Benedita.