As boas ações são eficazes no combate à ansiedade social e podem contribuir para ajudar as pessoas que se sentem desconfortáveis com novas interações a comunicarem mais facilmente com quem não conhecem, concluiu um estudo canadiano.
As boas ações são eficazes no combate à ansiedade social e podem contribuir para ajudar as pessoas que se sentem desconfortáveis com novas interações a comunicarem mais facilmente com quem não conhecem, concluiu um estudo desenvolvido por especialistas canadianos.
Aqueles que sofrem de ansiedade social são muito mais do que apenas tímidos: lidar com os outros fá-los, muitas vezes, sentir-se tão ameaçados e assustados que preferem evitar ao máximo a socialização, prevenindo a angústia, mas perdendo, ao mesmo tempo, a intimidade adquirida nas relações com terceiros.
Face aos benefícios já conhecidos associados à realização de boas ações (que, de acordo com investigações anteriores, aumentam a felicidade e promovem interações sociais mais positivas), os investigadores da Simon Fraser University e da University of British Columbia quiseram analisar os seus efeitos mais profundamente.
No âmbito do estudo, que acaba de ser publicado na revista científica Motivation and Emotion, a equipa procurou apurar se, ao longo do tempo, a natureza pró-social da gentileza e das boas ações é capaz de alterar o nível de ansiedade experienciado por estes indivíduos no contacto com os outros e contribui para facilitar o seu relacionamento com o próximo.
Os investigadores recrutaram 115 estudantes com elevados níveis de ansiedade social, que, ao longo de quatro semanas, foram divididos em dois grupos. Parte dos jovens realizaram boas ações – como lavar a loiça dos colegas, cortar a relva dos vizinhos ou fazer uma doação a uma instituição -, outros foram apenas expostos a interações sociais e um terceiro grupo limitou-se a registar o que acontecia em cada dia.
No final da experiência, observou-se uma redução significativa no desejo de evitar situações sociais entre os que participaram, ativamente, em atos solidários. Esta diminuição foi especialmente sentida no início da intervenção, um facto que “apoia o valor dos atos de generosidade como forma de travar as tentativas de evitar a socialização”.
Generosidade afasta medo de uma possível rejeição
Segundo os investigadores, liderados por Jennifer Trew e Lynn Alden, “[as boas ações] ajudam a contrariar o medo de uma possível rejeição e diminuem os níveis temporários de ansiedade e 'stress'”, pelo que poderão ser utilizadas como forma de intervenção para ajudar os pacientes com ansiedade social a ter uma vida mais satisfatória.
“Os atos de generosidade combatem as expetativas sociais negativas, promovendo uma perceção mais positiva [do mundo] e daquilo que as pessoas esperam no seu ambiente social”, explica Trew, em comunicado. “Ao reduzir os níveis de ansiedade, faz com que tenham menos vontade de evitar situações sociais”, acrescenta a investigadora.
Clique AQUI para aceder ao estudo (em inglês).