A investigadora portuguesa Mónica Bettencourt-Dias, do grupo de Regulação do Ciclo Celular do Instituto Gulbenkian de Ciência, acaba de ser premiada pela Sociedade Americana de Biologia Celular (ASCB).
A investigadora portuguesa Mónica Bettencourt-Dias, do grupo de Regulação do Ciclo Celular do Instituto Gulbenkian de Ciência, acaba de ser premiada pela Sociedade Americana de Biologia Celular (ASCB). A cientista recebeu a bolsa “Keith R. Porter” atribuída anualmente pela ASCB, que reconhece a excelência do trabalho de um biólogo celular no início ou meio da sua carreira científica.
A bolsa em questão, no valor de 5.000 dólares (cerca de 3.771 euros) distingue o trabalho de laboratório de Mónica Bettencourt-Dias focado no estudo da multiplicação e movimento das células, que tem ajudado a explicar como é formado o “esqueleto” das células e, em particular, qual é o papel dos centrossomas, pequenas estruturas celulares.
De acordo com um comunicado da Fundação Calouste Gulbenkian, os centrossomas ajudam as células a multiplicarem-se e a moverem-se, sendo que as alterações nestas estruturas estão associadas a doenças como o cancro e a infertilidade, o que coloca em evidência a sua importância.
“É uma honra receber um prémio com o nome do cientista [Keith R. Porter] que descobriu as estruturas com que trabalhamos. Não sendo norte-americana nem trabalhando lá, é uma honra ter o nosso trabalho reconhecido pela comunidade científica dos EUA”, confessou a investigadora.
“É um prémio muito prestigiante, tendo sido antes atribuído a cientistas que admiro imenso. Recebi um e-mail a dizer que tinha havido uma nomeação e uma votação. Não fazia a mínima ideia. Foi uma surpresa muito simpática antes do Natal”, destacou Mónica Bettencourt-Dias, cujo prémio foi dado a conhecer em Dezembro durante a conferência anual da ASCB, em São Francisco, nos EUA.
Laboratório já recebeu vários prémios europeus
Mónica Bettencourt-Dias, de 39 anos, lidera o laboratório de Regulação do Ciclo Celular do Instituto Gulbenkian de Ciência (ICG), em Oeiras. A investigadora é licenciada em Bioquímica pela Universidade de Lisboa e doutorou-se em Regeneração Cardíaca na University College London, no Reino Unido.
De salientar que o seu laboratório já foi reconhecido com vários prémios europeus para jovens cientistas, como o da Eppendorf (2007), o da Organização Europeia de Biologia Molecular (EMBO-2009) e o do Conselho Europeu de Investigação (ERC-2010). Este ano venceu também o Prémio Pfizer de Investigação Básica, mas foi a primeira vez que foi distinguida nos EUA.
A bolsa que agora lhe foi atribuída, e que poderá ser utilizada a partir de Janeiro de 2013, promove a comunicação e a educação de jovens cientistas na área da biologia celular, permitindo organizar atividades educativas ligadas a esse campo, fornecendo, por exemplo, o apoio financeiro necessário à realização de uma conferência.
Além da biologia celular, Mónica Bettencourt-Dias tem também dado atenção à comunicação de ciência, tendo realizado um curso de dois anos em Inglaterra e organizado até ao momento várias atividades para promoção dessa área.