Os cientistas que integram a expedição às Berlengas, ao largo de Peniche, descobriu mais de 120 novas espécies, entre as quais quatro ou cinco que deverão ser totalmente novas para a Ciência.
Os cientistas que integram a expedição às Berlengas, dedicada a analisar o que esconde o mar que rodeia o pequeno arquipélago ao largo de Peniche, descobriu mais de 120 novas espécies, agora observadas pela primeira vez naquele local. Entre estes achados estão quatro a cinco espécies que deverão ser totalmente novas para a Ciência, anunciou a equipa.
No último dia a bordo do antigo bacalhoeiro “Creoula”, o coordenador da missão, que terminou no Domingo, disse à Lusa que o investigador alemão Bjorne Bening, especialista em briozuários – organismos pouco estudados que parecem plantas mas são animais -, terá descoberto quatro ou cinco organismos desse grupo que eram, até ao momento, desconhecidos para os cientistas.
Contudo, de acordo com Frederico Dias, a validação da descoberta carece ainda de estudos laboratoriais, cujo início está previsto para imediatamente após o término da expedição. Nos 61 mergulhos efetuados, os cientistas reuniram “registos de 120 espécies encontradas pela primeira vez nas Berlengas”, recolheram 5.000 amostras e 100 gigabytes de imagens, revelou o cientista.
Além dos briozuários, a equipa descobriu também algas, moluscos, um coral, um peixe e um grupo de organismos semelhantes a vermes, as poliquetas. Segundo Frederico Dias, que acredita que a expedição vai contribuir com 10 mil novos registos para o sistema “m@rbis”, a missão “superou as expetativas”
O coordenador admitiu vir a realizar, no próximo Verão, uma nova expedição científica àquele arquipélago, considerado o maior viveiro natural da costa oeste atlântica, não só por ser a fronteira entre as águas frias e quentes, mas também por beneficiar da proximidade ao Canhã da Nazaré, já que este tem ainda “muito por conhecer”.
A bordo do “Creoula” estiveram 80 pessoas, desde mergulhadores a investigadores e estudantes universitários que, em conjunto, trabalharam para fazer a cartografia e caracterizar as espécies encontradas.
A campanha foi promovida pela Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental, detentora do sistema “m@rbis”, que tem caracterizadas as espécies e habitats existentes ao longo da costa portuguesa.
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