Um menino britânico de apenas três anos manteve-se vivo graças a um coração artificial durante mais de oito meses. Depois de 251 dias, o transplante chegou.
Um menino britânico de apenas três anos manteve-se vivo graças a um coração artificial durante mais de oito meses, período de tempo considerado um recorde para uma criança no Reino Unido. Depois de 251 dias, o momento mais desejado chegou: o pequeno Joe Skerratt foi submetido a um transplante de coração bem-sucedido.
Quando Joe tinha três semanas de vida, os médicos diagnosticaram-no com cardiomiopatia dilatada, uma condição que faz com que o coração tenha dificuldades em bombear o sangue pelo corpo.
Um raio-x realizado na época mostrou que o órgão vital do bebé tinha um tamanho muito superior ao normal, o que permitiu aos especialistas identificar o problema: a criança sofria de síndrome de Barth, uma doença genética que provoca fraqueza muscular, baixa estatura e dificuldades de alimentação.
Em Dezembro de 2010, o coração de Joe começou a falhar: as válvulas não funcionavam e o órgão cresceu ainda mais, ocupando demasiado espaço no peito do menino.
Em consequência do agravamento do estado de saúde e de três paragens cardíacas, o transplante surgiu como a única hipótese viável. A equipa do hospital londrino Great Ormond Street decidiu, então, ligar o bebé ao “Berlin Heart”, um coração artificial de dimensões reduzidas que transporta o sangue pelo corpo, até que fosse encontrado um dador compatível.
Nesse momento abriu-se a porta a uma longa espera. Embora algumas crianças fiquem ligadas ao aparelho durante poucas semanas, existem casos em que é necessário aguardar meses, como aconteceu com Joe.
251 dias de espera(nça)
“Quando ele ultrapassou a marca dos 200 dias ligado ao coração artificial, começámos a perguntar-nos o que poderia ser feito caso não conseguíssemos um dador. Mas, no fundo, sabíamos que não havia muito a ser feito”, confessou a mãe, Rachel Skerratt, à BBC.
Porém, no 251º dia, a sorte da família mudou. “Recebemos o telefonema que esperávamos. Havia um coração”, contou Rachel. Após a cirurgia, o peito de Joe manteve-se aberto durante quatro dias, permitindo aos pais ver o seu novo coração a bater. “Ver o órgão, de tamanho normal, a bater no peito do nosso filho, foi incrível”, relembrou a progenitora.
O transplante foi realizado o ano passado e, desde então, Joe tem tido uma excelente recuperação. “Estamos muito felizes com o facto de ele estar tão bem depois de passar tanto tempo connosco no hospital”, salientou Alessandro Giardini, cardiologista pediátrico que o acompanhou.
Rachel, que na primeira noite após a alta do hospital decidiu celebrar com Joe deixando-o comer pizza, a sua refeição favorita, confessou ainda a eterna gratidão para com a família do dador. “Não podemos imaginar [a dor] pela qual eles passaram, mas a sua generosidade durante um momento tão horrível foi incrível”, concluiu.
[Notícia sugerida por Raquel Baêta]
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