O Supremo Tribunal do Bangladesh proibiu instituições de ensino e empresas de obrigarem os cidadãos do país a usar roupas religiosas como véus ou burkas. Trata-se de mais uma medida para reforçar a democracia secular no país, desde que caiu o regime
O Supremo Tribunal do Bangladesh proibiu instituições de ensino e empresas de obrigarem os cidadãos do país a usar roupas religiosas como véus ou burkas. Trata-se de mais uma medida para reforçar a democracia secular no país, desde que caiu o regime militar em 1990, noticia a BBC.A decisão foi tomada na sequência de um processo contra uma faculdade estatal no norte do país que proibia a presença de mulheres sem véu no seu campus.
O tribunal determinou que os trajes de estudantes ou trabalhadores – sejam eles religiosos ou não – são questão de decisão pessoal.
A Justiça também decidiu que as mulheres não podem ser proibidas de participar em atividades culturais e desportivas.
Em abril, o Supremo Tribunal já tinha determinado que escolas e faculdades não podem forçar mulheres a usar véus ou burcas.
“A diferença entre as duas decisões é que esta não se aplica apenas a mulheres, mas a homens também”, disse à BBC Mahbub Shafique, um dos advogados que entrou com o processo na Justiça.
No início de agosto, o supremo tribunal do Bangladesh anulou várias alterações à constituição feitas durante os regimes militares e que faziam do Islão a religião do Estado.
A decisão de hoje trata-se de mais um passo no caminho da secularização e democratização do país, um processo iniciado em 1990, quando caiu o regime militar.