O filme "Tabu", do realizador português Miguel Gomes, continua a conquistar a crítica internacional. Desta vez, um artigo publicado na secção de Artes do jornal australiano The Australian descreve-o como uma obra "de beleza encantadora e estranheza".
O filme “Tabu”, do realizador português Miguel Gomes, continua a conquistar a crítica internacional. Desta vez, um artigo publicado na secção de Artes do jornal australiano The Australian descreve-o como uma obra “de beleza encantadora e estranheza”, atribuindo-lhe quatro estrelas em cinco possíveis.
Evan Williams, que assina a peça publicada há cerca de duas semanas, destaca o facto de Tabu, “um drama histórico português” e uma homenagem ao cinema mudo – já que é maioritariamente narrado em vez de privilegiar os diálogos “embora todos tenham muito a dizer uns aos outros” – ter entre os seus personagens um crocodilo e um fantasma.
“No prólogo, um antigo explorador suicida-se, atirando-se para um rio infestado de crocodilos. É a primeira morte do género que me lembro de ver num filme desde que Johnny Weissmuller interpretava o Tarzan favorito de toda a gente”, escreve Williams.
O crítico de cinema do jornal refere-se ainda à expetativa do público de “encarar Tabu como uma homenagem a FW Murnau, diretor alemão de filmes mudos que participou na direção de um filme com o mesmo nome em 1931” e sublinha que, “além do título partilhado”, tem ainda “de descobrir qual é a ligação entre o Tabu de Gomez [erradamente escrito com “z”] e os filmes de horror feitos por Murnau”.
No entanto, garante, o “sigilo” em que esta homenagem é feita “é provavelmente parte do charme do filme”. Segundo Evan Williams, Tabu “prova ser um trabalho de beleza encantadora e estranheza, que, de forma lírica, exótica, brilhante e silenciosa evoca os dias do poder colonial Europeu”.
“Tabu” estreou na Austrália a 16 de Maio deste ano e está em exibição nos cinemas de Sydney, Melbourne, Camberra, Adelaide, Brisbane e Hobart, quase um ano passado sobre a estreia em Portugal (em Abril de 2012) e vários meses depois da estreia nos Estados Unidos, que aconteceu em Dezembro último, e da passagem por várias salas europeias e da América Latina.
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