A Fundação Right Livelihood Award homenageou esta semana com o “Prémio Nobel Alternativo 2010” os esforços de quatro personalidades internacionais na luta e defesa dos direitos de povos. A Fundação escolheu entre 69 candidatos de países em desenvolvimento, entre eles um brasileiro, um nigeriano, um nepalês e uma organização médica israelita.
O bispo brasileiro, de origem austríaca, Erwin Krautler foi dstinguido pelo seu trabalho de defesa dos povos indígenas e pela preservação da Amazónia.
“Por uma vida de trabalho dedicada aos direitos humanos e ambientais de povos indígenas e pelos seus incansáveis esforços de resgate da Amazónia aos perigos da destruição”, é assim que a Fundação justifica a atribuição do prémio que decorreu em Estocolmo.
O trabalho do Bispo, de 71 anos, permitiu a inclusão dos direitos indígenas na Constituição brasileira de 1988. Promoveu o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) que impulsionou projetos importantes de construção de casas, escolas e centros para crianças, mães e grávidas.
Foi ainda um dos grandes opositores da construção da hidroelétrica na região do rio Xingu, que causaria danos irreparáveis à região.
O “Prémio Nobel Alternativo” foi também atribuído a um ecologista nigeriano, Nnimo Bassey, 52 anos, que lutou contra as petrolíferas de seu país. Foi homenageado por “revelar os horrores ambientais e humanos da produção de petróleo e por seu trabalho inspirador para fortalecer o movimento ecologista na Nigéria e de forma global”, segundo a decisão do júri.
Outro vencedor do prémio foi o nepalês Shrikrishna Upadhyay e sua organização Sappros, fundada por ele em 1991, por combater a pobreza.
O Nobel Alternativo premiou ainda a organização de Israel Médicos pelos Direitos Humanos (PHRI, na sigla em inglês), reconhecendo “seu espírito indomável trabalhando pelo direito à saúde do povo de Israel e da Palestina”.
O Right Livelihood Prize 2010 atribui aos quatro premiados um prémio no valor total de 200.000 euros, conforme afirma o júri em comunicado citado pela AFP.