Ciência

Astrónomos encontram planeta “perdido no espaço”

Um grupo internacional de astrónomos do Observatório Europeu do Sul (ESO) com participação portuguesa identificou um corpo celeste que será, muito possivelmente, um planeta a vaguear pelo espaço sem uma estrela hospedeira.
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Um grupo internacional de astrónomos do Observatório Europeu do Sul (ESO) com participação portuguesa identificou um corpo celeste que será, muito possivelmente, um planeta a vaguear pelo espaço sem uma estrela hospedeira. De acordo com os cientistas, este é o melhor e mais interessante candidato a “planeta errante” descoberto até hoje.
 
Segundo os cientistas, este objeto “órfão”, localizado a cerca de 100 anos-luz do nosso Sistema Solar e batizado CFBDSIR2149, parece fazer parte de um grupo de estrelas próximas conhecido. Caso esteja, de facto, associado a este grupo, os astrónomos crêem que se tratará de um objeto jovem e poderão deduzir mais sobre as suas caraterísticas, temperatura e massa.
 
Outros planetas errantes – objetos com massas típicas de planetas que vagueiam no espaço sem ligação a nenhuma estrela – já foram descobertos anteriormente mas, sem o conhecimento das suas idades, os investigadores não puderam apurar se eram realmente planetas ou estrelas anãs castanhas, estrelas “falhadas” cujo tamanho é insuficiente para desencadear as reações termonucleares que as fazem brilhar.
 
A ligação entre este novo objeto, descoberto com a ajuda do Very Large Telescope (VLT) do ESO, e o grupo estelar será, portanto, uma pista vital para os cientistas, sendo a primeira vez que um objeto errante de massa planetária é identificado como fazendo parte de um grupo estelar em movimento. 

Mundos “órfãos” podem ser mais comuns do que se pensava

 
Em comunicado divulgado pelo ESO, Phillipe Delorme, da Universidade Joseph Fourier e do Institut de Planétologie et D'Astrophysique de Grenoble, autor principal do estudo, explica que “procurar planetas em torno de estrelas é semelhante a estudar um pirilampo que se encontra a um centímetro de distância de um farol distante de um automóvel”.
 
“Este objeto errante próximo oferece-nos a oportunidade de estudar o pirilampo com todo o pormenor, sem que as luzes brilhantes dos faróis do automóvel estraguem tudo”, salienta. De acordo com Delorme, “estes objetos são importantes, já que nos podem ajudar a compreender melhor como os planetas são ejetados dos sistemas planetários ou como é que objetos muito leves [como este] podem resultar do processo de formação estelar”. . 
 
Os astrónomos acreditam que estes objetos errantes se formam, portanto, ou como planetas normais, que foram ejetados dos seus sistemas planetários, ou como objetos solitários, tais como estrelas muito pequenas ou anãs castanhas, sendo que, em qualquer dos casos, são “bastante intrigantes”.
 
Estes mundos “órfãos” podem, no entanto, ser mais comuns do que se imagina. “Investigação adicional deverá confirmar se o CFBDSIR2149 é um planeta errante. Este objeto poderá ser usado como base de dados para compreender a física de qualquer exoplaneta semelhante que seja descoberto com futuros sistemas especiais de imagens de elevado contraste”, conclui Delorme.

[Notícia sugerida por Paula Santos e Raquel Baêta]

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