Um grupo internacional de astrónomos conseguiu captar a luz das primeiras estrelas do Universo. Graças à ajuda do telescópio Fermi, da NASA, a equipa sabe agora que as estrelas surgiram pelo menos 500 milhões de anos após o Big Bang.
Um grupo internacional de astrónomos conseguiu captar a luz das primeiras estrelas do Universo. Graças à análise de dados enviados pelo telescópio espacial de raios gama Fermi, da NASA, a equipa sabe agora que as estrelas surgiram no cosmos pelo menos 500 milhões de anos após o Big Bang, que aconteceu à cerca de 13,7 mil milhões de anos.
“Ainda não conseguimos estabelecer quando as primeiras estrelas começaram a brilhar, mas detetámos a época da vida do nosso Universo em que isso aconteceu”, explica Marco Allejo, astrofísico da Universidade de Stanford e co-autor do estudo publicado na Science, num comunicado emitido pela agência espacial norte-americana.
De acordo com os cientistas, a descoberta permite ainda impor um limite máximo e mínimo na quantidade de luz presente no Universo há 500 milhões de anos e, consequentemente, estimar o tamanho e número das primeiras estrelas, sendo que, adianta a equipa, a “população estelar” dos primórdios do cosmos era muito pequena.
“A luz ótica e ultravioleta das estrelas continua a viajar através do Universo mesmo depois de elas pararem de brilhar, o que cria uma espécie de campo de radiação fóssil”, acrescenta Alejo, salientando que o brilho transporta informação preciosa sobre a origem estelar.
Descoberta faz parte de um esforço concertado e global
Para medir a luz, a equipa que trabalhou com o telescópio Fermi estudou blazares – antigos corpos celestes associados a buracos negros que parecem ser superbrilhantes pelo facto de estes últimos dispararem “jactos” de energia diretamente para a Terra. Estes jatos, os raios gama, brilham através do “nevoeiro” cósmico, o que lhes permite sobressair, esclareceram os astrónomos.
O novo estudo faz parte de um esforço científico concertado e global e, segundo Avi Loeb, chefe do departamento de astronomia da Universidade de Harvard, o novo estudo traz uma abordagem “inovadora” e “convincente”.
Para Loeb, este trabalho enriquece as evidências de que, pouco depois da sua formação, o universo era pobre em estrelas. “Sabemos, a partir de observações diretas de galáxias, que só menos de 1% de todas as estrelas que existem atualmente no Universo se formaram nos primeiros mil milhões de anos após o Big Bang”, concluiu.