A Associação CAIS acaba de ser distinguida pelo Comité Económico e Social Europeu (CESE) com o "Civil Society Prize" pelos seus projetos de "empregabilidade social" para pessoas desempregadas ou em situação de pobreza extrema.
A Associação CAIS acaba de ser distinguida pelo Comité Económico e Social Europeu (CESE) com o “Civil Society Prize”, prémio que reconhece a importância dos seus projetos de “empregabilidade social” para pessoas desempregadas ou em situação de pobreza extrema. Trata-se de um galardão inédito para Portugal, que assim sobressai entre os “27” da União Europeia.
A organização portuguesa, sem fins lucrativos, conquistou o segundo lugar no concurso aberto a todos os Estados-membros e subordinado ao tema “Inove para uma Europa Sustentável”. O primeiro lugar foi atribuído à associação Transition Network, do Reino Unido, e a completar o pódio surge a Lystycket, da Suécia.
“É o reconhecimento de um trabalho de 18 anos que nos é dado pelo Comité Económico e Social Europeu e um encorajamento muito grande” afirmou Henrique Pinto, diretor da CAIS, em declarações à Lusa. “Estamos no bom caminho”, salientou ainda o responsável.
A “capacidade oficial” de acompanhamento da CAIS é de 50 pessoas mas esse número tem vindo a ser largamente ultrapassado. Hoje em dia, a associação segue mais de 300 utentes nos centros de Lisboa e do Porto, a grande maioria homens e em idade ativa.
“No nosso trabalho procuramos ir além da esmola. Acreditamos que as situações de pobreza, de sem-abrigo e de empobrecimento se resolvem com o trabalho”, defendeu, esclarecendo que, portanto, a associação se esforça essencialmente para ajudar quem precisa a encontrar uma casa para viver e um emprego para se sustentar.
Um prémio inédito para Portugal
Embora a associação surja, na mente dos portugueses, muito relacionada com a venda da revista com o mesmo nome – e que, em 18 anos, já rendeu sete milhões de euros, o trabalho da CAIS vai muito mais longe.
A organização candidatou ao prémio os vários projetos que desenvolve e que, além desse, são, por exemplo, a lavagem a seco de automóveis, a reciclagem de resíduos industriais e os serviços de engraxadores e “tarefeiros sociais” para os colaboradores das empresas.
Todas estas funções são desempenhadas por utentes da CAIS, que assim obtêm, a partir do seu trabalho, os rendimentos de que precisam para viver. “São projetos que se põem de pé muito facilmente e sem necessidade de grandes investimentos”, sublinhou.
O prémio do CESE tem como propósito dar destaque a projetos a nível da sociedade civil que exerçam um impacto positivo sobre as vidas dos cidadãos europeus, a identidade europeia e a noção de cidadania. Até ao momento, nenhuma outra associação portuguesa tinha sido alvo de uma distinção semelhante.
[Notícia sugerida por Carlos Borges]