Portugal e Espanha assinaram, recentemente, um acordo para a criação de um espaço aéreo ibérico, que permitirá aos aviões comerciais passarem por corredores mais eficientes, no âmbito do projeto “Céu Único Europeu”, poupando tempo, combustível e emissões de CO2, anunciou o Instituto Nacional de Aviação civil.
O acordo assinado, esta quinta-feira, dia 17 de maio, entre as entidades aeroportuárias portuguesa e espanhola para formar o Bloco de Espaço Aéreo Funcional do Sudoeste (SW FAB) foi impulsionado pelos ministros português da Economia e do Fomento espanhol.
O espaço aéreo ibérico, onde se registam cerca de 2,1 milhões de voos por ano, vem possibilitar as poupanças de combustível, tempo e emissões de CO2, uma vez que “permite traçar rotas mais diretas” para os “aviões passarem por corredores mais eficientes”, explicou à Lusa, fonte oficial do Ministério da Economia.
Para além da redução de custos em combustível, que por si só constitui a maior despesa dos voos comerciais, a criação do bloco ibérico contribui, também, para uma redução do preço dos bilhetes de viagem a pagar pelos consumidores, acrescentou a fonte citada pela Lusa.
“A criação do SW FAB é um momento histórico que trará benefícios e melhorias significativas para a navegação aérea entre os dois Estados em termos de segurança, capacidade, custo-eficiência e cooperação civil-militar”, adiantou o Instituto de Aviação Civil em comunicado.
“Céu Único Europeu”
O bloco ibérico fará parte dos nove que serão criados no “Céu Único Europeu”, projeto que a Comissão Europeia espera ter a operar em Dezembro deste ano e que permitirá uma poupança global de mil milhões de euros por ano.
“A atual estrutura do espaço aéreo europeu é fragmentada. Os FABs 1/8 blocos de espaço aéreo 3/8 são os instrumentos que deverão eliminar ou reduzir as ineficiências decorrentes desta fragmentação, que se estimam em cerca de 1.000 milhões de euros por ano”, refere o Instituto Nacional de Aviação Civil em comunicado.
Ainda de acordo com a Lusa, de fora do bloco português e espanhol fica o espaço aéreo de Santa Maria – o maior da Europa, já que chega até aos Estados Unidos – porque os organismos que estudaram o projeto não conseguiram comprovar a existência de benefícios em inclui-la, referiu a fonte do ministério.
O espaço aéreo de Santa Maria e um outro na Irlanda serão os dois únicos que deverão ficar excluídos do acordo europeu.
[Notícia sugerida por Elsa Martins]