Além dos cartazes e dos anúncios televisivos e na rádio, realizar-se-ão várias ações de sensibilização dirigidas às crianças nos estabelecimentos de ensino, assim como uma campanha para o público em geral. A campanha consiste ainda na distribuição de folhetos informativos, principalmente entre profissionais, porque os idosos recorrem muito a unidades de saúde.
“Se estes profissionais estiverem informados é mais fácil encaminhar e diagnosticar se existe violência doméstica. É um projeto com uma forte vertente de formação pedagógica e sensibilização”, explicou Maria de Oliveira, responsável pela campanha, em declarações à agência Lusa.
Para que a população em geral esteja atenta ao fenómeno e perceba que há outros tipos de violência contra idosos que não envolvem a agressão física e verbal, será lançado “um manual de atendimento e compreensão deste tipo de situações: indicadores de violência sexual, física, psicológica e financeira. A violência pode ser praticada na rua (roubo, por exemplo), pode ser em casa (violência doméstica) ou contra uma pessoa que mora sozinha”, explicou Maria de Oliveira.
A responsável adiantou mesmo que a APAV recebeu relatos de casos de prestadores de cuidados que ficam com os bens do idoso de quem cuidam. O internamento compulsivo num lar e a dependência emocional são outras formas de violência apontadas por Maria de Oliveira.
“Também há muitos casos de dependência emocional. São situações complicadas para a pessoa admitir que está a ser vítima de crime e violência, sobretudo a psicológica (os insultos, as ofensas, a depreciação permanente), que é muitas vezes pior do que a física”.
As vítimas são maioritariamente idosos entre 65 e 75 anos, alvo de maus-tratos físicos e psíquicos, praticados pelo cônjuge (1622 processos em 2009) e pelos filhos (1466 processos no mesmo ano).
Entre 2000 e 2009 verificou-se um aumento de 120% do número de casos.
O que potencia a violência é normalmente o consumo de substâncias aditivas ou um historial de violência anterior, mas também há violência que parte das pessoas que tomam conta dos idosos e não têm capacidade para tal.
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