Este aparelho “é muito mais simples de aplicar do que uma cirurgia e acreditamos será mais barato do que os implantes cocleares”, defende John Williams, um dos responsáveis pelo projeto.
O funcionamento do aparelho é simples: é um auricular Bluetooth composto por vários elétrodos que captam sons e palavras. Depois, ele envia, através do Bluetooth, os impulsos elétricos para um recetor.
O recetor envia estes impulsos para um aparelho que pressiona a língua contra o céu da boca, transmitindo sinais que equivalem a palavras. No fundo, trata-se de uma nova linguagem semelhante ao braille.
Basta que os utilizadores aprendem a reconhecer estes sinais, explica o site oficial da universidade. “O nosso cérebro é muito moldável, mesmo em adultos, e sabemos que ele está preparado para aprender estas mudanças”, conta uma das responsáveis pelo estudo, Leslie Stone-Roy.
De acordo com os investigadores, a língua é composta por milhares de nervos e a região do cérebro ligada à linguagem é capaz de interpretar sensações tácteis provinientes da língua. “Em dois ou três meses o cérebro
O objetivo, sublinham, é criar uma aparelho que seja tão simples e pequeno como o aparelho metálico que se usa nos dentes.
A investigadora é responsável pela determinação das partes da língua que detetam os impulsos elétricos e se elas são iguais de pessoa para pessoa.
Para isso, lançou, juntamente com os outros investigadores, um teste no qual submeteu os participantes à colocação de elétrodos na boca e dizem o que sentiam e o quão fortes eram os impulsos elétricos.
Se a lingua se comportar da mesma forma para toda a gente, o aparelho poderá ser uniformizado com elétrodos colocados no receptor, em áreas comuns a toda a gente. Se não, terá que ser adaptado para cada utlizador, o que irá alterar o custo desta tecnologia.
Tecnologia ainda está em fase de testes
O protótipo do aparelho foi testado durante o último ano e atualmente já conta com o apoio da empresa Sapien LLC para o desenvolvimento de um aparelho mais prático e mais pequeno, de maneira a adaptar-se melhor à boca.
Esta inovação irá ser uma alternativa aos implantes cocleares que além de serem caros, não podem ser aplicados a toda a gente. Um implante deste género chega a custar cerca de 100 mil dólares (cerca de 90 mil euros) nos Estados Unidos.
“Os implantes cocleares são eficazes e transformaram muitas vidas, mas achamos que o nosso aparelho será igualmente eficaz com a vantagem de poder ser usado por a toda a gente”, destaca John, que durante a sua carreira desenvolveu diversos sistemas de propulsão elétrica para viagens ao espaço, como é o caso da NASA.
Notícia sugerida por Maria da Luz