“A questão está resolvida”, foi assim que Evo Morales se referiu, na passada sexta-feira, ao conflito que se gerou em torno da obra. O presidente disse aos jornalistas que esta atitude é reflexo do governo a obedecer ao povo, cita o jornal brasileiro Estadão.
A decisão foi tomada dois dias depois de um grupo de indígenas ter chegado a La Paz, capital boliviana, e reclamado o fim da obra que atravessaria o seu território.
Até La Paz deslocaram-se dois mil membros da comunidade de Tipnis, numa viagem que percorreu 600 quilómetros Além da obra ter sido cancelada, Morales disse ainda que iria enviar para a Assembleia Legislativa uma lei a propor a “intangibilidade” do Tipnis e a proibição de estradas naquele parque.
Esta é uma vitória para as tribos, mas que foi também aplaudida por várias pessoas que estavam contra a obra. No final da sua viagem, os indígenas foram aclamados por milhares de pessoas solidárias com o protesto. Entre elas estavam membros da oposição ao governo de Morales.
O Parque Nacional é o “território ancestral” de uma comunidade de 12 mil indígenas, três grupos étnicos, que dependem exclusivamente dos recursos da floresta.
A estrada atravessaria a reserva estendida entre as províncias de Beni e Cochabamba, no centro da Bolívia, dividindo-a ao meio. A obra a ser construída pela brasileira OAS custaria um total de 420 milhões de dólares.
[Notícia sugerida por Vitor Fernandes]