Mais de 80 grupos de alunos universitários de todo o país estudaram os edifícios das suas faculdades para detetar gastos de energia desnecessária. O objetivo foi a participação no concurso Green Campus, do IST e do MIT Portugal.
Mais de 80 grupos de alunos universitários de todo o país estudaram os edifícios das suas faculdades para detetar gastos de energia desnecessária. O objetivo foi a participação no concurso Green Campus, uma iniciativa que convidou a propor soluções mais eficientes para poupar. O projeto vencedor, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, apontou para uma redução do consumo em mais de um terço.
De acordo com Miguel Campos, coordenador do Green Campus – concurso promovido pelo Instituto Superior Técnico com o apoio do MIT Portugal – o desafio colocado foi “poder contribuir para a promoção de medidas de eficência energética nos campus do ensino superior a nível nacional e para a implementação dessas medidas”.
No total, inscreveram-se 81 equipas de estabelecimentos de todo o país, com exceção da madeira, e foram apresentados 30 projetos. Aos alunos era pedido que se concentrassem num dos edifícios da sua instituição, fizessem uma auditoria energética, quantificassem os gastos e propusessem medidas para corrigir ou melhorar os consumos com benefícios económicos, com a diminuição da fatura a pagar, e com a redução de emissões de dióxido de carbono.
A grande vencedora foi a equipa Esquadrão Classe A++ que, com uma auditoria a um dos edifícios, encontrou vários desperdícios de energia. Entre os exemplos listados por estes jovens estão as lâmpadas que gastam muito e estão ligadas mais tempo do que o necessário, devido ao descuido dos utilizadores, aparelhos de ar condicionado ineficientes e igualmente a funcionar para nada ou equipamentos de laboratório antigos, que gastam demasiada eletricidade.
Vencedores estimam redução de 21% no consumo energético
O edifício C8 da Faculdade de Ciências, em Lisboa, analisado pelos estudantes, “representa cerca de 26% do gasto [total] de energia elétrica [da faculdade] e, em 2011, teve um consumo de 1.383.800 quilowatts/hora”, explicou à Lusa João Santos, do grupo vencedor.
A equipa, composta ainda Ruben Teixeira, André Malheiro, Ricardo Henriques e Mário Silva, propôs o investimento em equipamentos mais eficientes, na introdução de novas tecnologias e em energias renováveis, como o sistema solar fotovoltaico, para produção de eletricidade.
Os vencedores defenderam também a realização de campanhas de sensibilização dos utilizadores para coisas tão simples como a necessidade de desligar a iluminação ou os radiadores quando se sai de uma sala, sendo que uma das mudanças depende do comportamento de quem estuda, ensina ou frequenta os edifícios.
“A redução estimada a nível da fatura energética é de 21% e o retorno do investimento é de cerca de oito anos, para uma redução dos consumos energéticos da ordem dos 37%”, concluiu João Santos.
Além da aplicação dos projetos distinguidos, a iniciativa vai resultar numa publicação para identificar as melhores práticas referidas no âmbito dos trabalhos propostos, e que possam indicar às instituições do ensino superior algumas medidas para reduzir consumos de energia.