Graças a uma petição de dois alunos universitários portugueses, em breve o conceito de Felicidade Interna Bruta (FIB) pode chegar a Portugal.
Diz-se que dinheiro não traz felicidade. No entanto, as grandes instituições financeiras e os rankings económicos continuam a ditar o destino do mundo. Numa tentativa de equilibrar esta predominância, a medição da Felicidade Interna Bruta (FIB) tem sido apontada como solução. Graças a uma petição de dois alunos portugueses, em breve este conceito pode chegar a Portugal.
David Erlich e Susana Jorge estudam Ciência Política na Universidade Técnica de Lisboa. No âmbito de uma das disciplinas do curso, decidiram avançar com um projeto para ajudar as recolher ideias dos cidadãos e fazê-las chegar a quem, decide: aos deputados do parlamento. No âmbito do projeto “A tua ideia Conta” fizeram questionários, montaram stands, distribuíram folhetos.
O projeto culminou numa petição onde os dois alunos pedem que o Banco de Portugal inicie estudos e debates tendo em vista a medição da Felicidade Interna Bruta em Portugal. O documento não teve subscritores suficientes para ser debatido no plenário mas chamou a atenção de um deputado do PSD que ouviu o Banco de Portugal e o Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre o assunto.
Embora o Banco de Portugal tenha transmitido que esta é uma proposta “interessante e muito importante, mas não é uma missão prioritária”. O INE diz que é possível começar a trabalhar neste sentido em Portugal, e já “está envolvido em vários projetos” que vão nessa direção.
Para o deputado Luís Leite Ramos, “faz todo o sentido” que o INE continue este esforço, envolvendo mais entidades, como as universidades, promovendo uma discussão mais ampla na sociedade portuguesa e o Instituto está disponível para fazer esse trabalho.
“É fundamental o envolvimento das universidades, em Portugal há muito pouca gente dos meios académicos a trabalhar esta questão”, acrescentou. O parecer será apreciado e votado esta quarta-feira.
FIB: Medidas reais ou boas intenções?
Foi há mais de 30 anos, em 1972, que o Butão, um pequeno reino nos Himalaias, desenvolveu e pôs em prática um método diferente de avaliar a qualidade de vida dos seus cidadãos: a Felicidade Interna Bruta (FIB).
Nos últimos anos, tem havido interesse de várias entidades internacionais, como a Organização para o Desenvolvimento e Cooperação Económica (OCDE), o Conselho da Europa, ou a ONU, em seguir conceitos semelhantes, mas a maior parte das vezes estes interesses não passam de boas intenções.
Este ano, a ONU apresentou pela primeira vez um relatório onde faz uma medição da felicidade dos países a nível mundial, tendo por base critérios como a liberdade política, a redes sociais fortes, a ausência de corrupção, a saúde física e mental, a segurança no trabalho e um ambiente familiar estável.
Clique AQUI para aceder ao texto da petição apresentada pelos alunos.