Investigadores do Instituto Afonso III, em Loulé, estão a estudar as potencialidades comerciais da salicórnia - uma planta anti-hipertensão, substituta do sal, que cresce nas salinas.
Investigadores do Instituto Afonso III, em Loulé, estão a estudar as potencialidades comerciais da salicórnia – uma planta anti-hipertensão, substituta do sal que cresce nas salinas e que também tem propriedades farmacêuticas e cosméticas.
Em alguns países da Europa, esta planta já é utilizada por “chefs” em restaurantes 'gourmet'. A grande caraterística da salicórnia é o facto de ser simultaneamente salgada e “altamente tolerante ao sal” podendo, assim, substituir o sal e ser utilizada nos mais diversos pratos como produto fresco ou em conserva (picles).
Também conhecida por sal verde ou espargos do mar, a salicórnia cresce normalmente nas salinas, que se focam na produção de sal não aproveitando este recurso natural com grandes potencialidades comerciais.
Por este motivo, Erika Santos, bióloga e coordenadora do projeto “Cultivo Sustentável de Halófitas na Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Sto. António”, explicou à Lusa que pretende “desenvolver um sistema de cultivo sustentável de salicórnia e outras plantas do género e conseguir rentabilizar e conservar os recursos existentes nas salinas”.
Aplicações farmacêuticas e cosméticas
Em alguns países, nomeadamente França, Inglaterra e Israel, algumas destas ervas são utilizadas em rações para animais. Para além disso, estas plantas também podem ter “aplicações farmacêuticas e cosméticas, ou seja, podem servir vários segmentos económicos”, acrescentou a investigadora.
Estas ervas acabam por ser esquecidas, porque “em Portugal este recurso não está explorado nem é muito conhecido e a informação sobre estas ervas é escassa”, referiu Erika Santos.
Neste momento, o grupo de investigadores do Instituto Afonso III, em Loulé, em parceria com o Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade, está a estudar as ervas encontradas e a analisar aqueles que poderão ser os melhores processos de propagação e viabilidade económica do seu cultivo.
Dia 18 de Maio é a data do seminário em Castro Marim, no qual o projeto será apresentado. Além da divulgação de resultados do estudo, pretende-se explicar os benefícios do produto, com vista a promover a economia regional.
O projeto insere-se na estratégia de eficiência coletiva PROVERE Âncoras do Guadiana, uma iniciativa do Quadro de Referência Estratégico Nacional, e é financiado pelo programa PO Algarve 21 (Programa Operacional).
Clique AQUI para aceder ao estudo.
[Notícia sugerida por Vítor Fernandes]
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