A descoberta ocorreu no âmbito de trabalhos promovidos pela Sociedade Polis Litoral Ria Formosa, no canal da Fuseta. A equipa do CCMAR crê que o reaparecimento da alga Caluerpa prolifera, espécie cujo desenvolvimento depende muito da temperatura da água, pode estar relacionado com o aquecimento global.
Há, no entanto, a possibilidade de a alga ter estado sempre presente naquele ecossistema sem que alguém tenha reparado nela.
Citada pela agência Lusa, a coordenadora dos trabalhos, Alexandra Cunha, refere que os investigadores foram surpreendidos pela descoberta quando monitorizavam, em mergulho, as pradarias de Zostera marina na ria e um colega estranhou o tamanho de algumas folhas.
Já no laboratório, a equipa constatou que a alga já tinha sido identificada na Ria Formosa em 1845 pelo austríaco Frederico Welwitsch, que emprestou o seu apelido à planta apenas existente em África.
A Caulerpa prolifera é uma alga verde de origem mediterrânica que surge normalmente associada a uma erva marinha existente na Ria Formosa também chamada de "ceba", lê-se no comunicado.
A alga tem a particularidade de ser formada por células gigantes com vários núcleos a circular no seu citoplasma, ao contrário da maioria das algas, que têm células microscópicas e de apenas um núcleo.
A equipa do CCMAR prevê agora apurar a atual distribuição desta espécie e o seu comportamento na Ria Formosa. Até lá, a mancha descoberta vai ser monitorizada e protegida.