Ciência

Alentejo vai descodificar código genético do sobreiro

Um centro de investigação do Alentejo vai descodificar o código genético do sobreiro, a espécie florestal de maior importância a nível socioeconómico em Portugal.
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Um centro de investigação do Alentejo vai descodificar o código genético do sobreiro, a espécie florestal de maior importância a nível socioeconómico em Portugal. O projeto “GenoSuber – Sequenciação do Genoma do Sobreiro” vai ter início em 2013 e custará 1,1 milhões de euros.
 
Em declarações à Lusa, Sónia Gonçalves, do Centro de Biotecnologia Agrícola e Agroalimentar do Baixo Alentejo e Litoral (CEBAL), o promotor do projeto, adiantou que este já foi aprovado para financiamento comunitário pelo programa operacional INAlentejo e deverá arrancar já em Janeiro do próximo ano.
 
Segundo a responsável, a investigação vai durar dois anos e meio e destina-se a descodificar e conhecer o património genético do sobreiro, “a espécie florestal com maior interesse ecológico e socioeconómico”.
 
De acordo com a investigadora, o montado de sobro, a base da indústria corticeira, “assume uma importância ecológica e socioeconómica” em Portugal que “justifica a realização do projeto no país” e, com o GenoSuber, o nosso país irá colocar-se “na vanguarda da investigação em sobreiro”.
 
No entender de Sónia Gonçalves, face à importância desta árvore em Portugal – responsável por cerca de 1/3 da produção mundial de cortiça – “faz todo o sentido ser o país a liderar a descodificação do genoma”, isto é, do código genético, e a “deter o conhecimento máximo a nível genómico”, defende.
 
A descodificação do genoma do sobreiro vai ser efetuada com “tecnologia de última geração” e possibilitar “um avanço no conhecimento e melhoramento genético da espécie, em questões relacionadas, por exemplo, com o desenvolvimento da árvore, a formação da cortiça e as respostas a 'stress', com especial enfoque na resistência a doenças”.
 
A investigação vai permitir “identificar a sequência dos genes presentes numa espécie”, o que já foi feito em relação ao genoma humano e de outras espécies vegetais mas, no caso do sobreiro, será inédito e poderá “ajudar depois a realizar estudos mais direcionados e será uma mais-valia para o conhecimento” da árvore.
 
Um impulso para o sector da cortiça
 
O GenoSuber vai ainda “trazer uma nova dimensão” à fileira florestal portuguesa, ao abrir a possibilidade de delinear estratégias de melhoramento da espécie, “com importantes repercussões a médio e longo prazo no sector da cortiça”, acredita Sónia Gonçalves.
 
O projeto, orçado em 1,132 milhões de euros, vai ser financiado em 80% por fundos comunitários por meio do INAlentejo, sendo o resto do montante garantido por entidades privadas.

Além do CEBAL, o GenoSuber contará com o envolvimento do Instituto de Tecnologia Química e Biológica da Universidade Nova de Lisboa, do Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica, da Biocant – Associação de Transferência de Tecnologia, do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária e do Instituto Gulbenkian de Ciência.

 
Ao todo vão ser 28 os investigadores a trabalhar na sequenciação do genoma, tendo como consultores o professor belga Yves Van de Peer, da Ghent University (Bélgica), e o professor norte-americano Gerald Tuskan, do Oak Ridge National Laboratory (Estados Unidos da América).

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