A rede de Aldeias Históricas de Portugal vai passar a ter uma coleção de roupa inspirada na sua própria arquitetura e lendas, bem como nas tradições religiosas e militares de tempos medievais. As peças, todas em lã, estão já a ser produzidas.
A rede de Aldeias Históricas de Portugal vai passar a ter uma coleção de roupa inspirada na sua própria arquitetura e lendas, bem como nas tradições religiosas e militares de tempos medievais. As peças, todas em lã, estão já a ser produzidas no ateliê do estilista português Miguel Gigante, na Covilhã.
Por enquanto, a estratégia de comercialização ainda está a ser ultimada, mas o processo de criação vai avançando no Atelier do Burel, no qual se juntam técnicas de corte e produção contemporâneas com outras “ainda usadas nas Aldeias Históricas”, como o tricot, o patchwork ou o tear manual.
Em declarações à Lusa, Miguel Gigante, o criador da coleção, salientou que “quem comprar [estas peças de roupa] compra também um pedaço de história”. Estes pedaços de história vão de saias a casacos, passando por camisolas e acessórios diversos e, de acordo com o estilista, misturam moldes “contemporâneos, muito confortáveis e elegantes, com o traço da época, mais simples e linear”.
É desta mistura que surge, por exemplo, uma capa que conjuga a solenidade do clero, com adereços que a cobrem parcialmente, como uma proteção militar, mas “virada para os ambientes urbanos do dia-a-dia”, desvenda Miguel Gigante.
O processo de conceção de cada nova de peça de roupa envolveu visitas às aldeias e a criação de esboços “que diluem o passado em peças de roupa contemporânea”.
A partir destes, cada peça é criada manualmente no ateliê covilhanense, onde as costureiras e operadoras da zona de produção de encontram lado a lado com o espaço de venda ao público e o recanto do trabalho do estilista.
Segundo o estilista, que já começou a partilhar na página de Facebook do Atelier de Burel as primeiras imagens das peças, a embalagem e a marca “vão dar o toque final ao produto”.
Aposta em projetos de empreendedores nacionais
De destacar que a ideia de criar uma coleção de roupa inspirada nas aldeias históricas portuguesas faz parte da imagem renovada apresentada em Fevereiro pela rede de Aldeias Históricas de Portugal em Fevereiro.
À data, como o Boas Notícias adiantou, Ricardo Alves, presidente da associação, defendeu que, depois dos investimentos em infraestruturas, é hora de apostar “nos bens imateriais e nos projetos de empreendedores”.
O responsável acredita que novas ideias, associadas a investimentos tradicionais em alojamento e restauração, podem atrair mais turistas e fazer com que eles possam pernoitar nas aldeias, gerando receitas, pelo que a rede coloca ao dispor dos empreendedores que queiram apostar no território a marca Aldeias Históricas e uma equipa de apoio.
A rede das Aldeias Históricas de Portugal é constituída por Almeida, Belmonte, Castelo Mendo, Castelo Novo, Castelo Rodrigo, Idanha-a-Velha, Linhares da Beira, Marialva, Monsanto, Piódão, Sortelha e Trancoso.
[Notícia sugerida por Patrícia Guedes]