por Estela Tavares
As alaias eram as pranchas de madeira muito finas utilizadas no Havai nos primórdios do surf. O surfista e arquiteto Nuno Mesquita quis recuperar esta tradição e avançou com a sua produção, através da Ahua, onde são trabalhadas à mão a partir de madeira paulownia, proveniente da Ásia oriental. Com as suas linhas retas e sem quilhas, estas pranchas devolvem a simplicidade à arte de surfar, despindo-a de artifícios e possibilitando manobras para “iniciar uma espécie de dança no mar”.
Outro produto que distingue esta marca é a oferta de um produto em particular: os “handplanes” (pranchas de mão) de cortiça e outros materiais, para praticar bodysurf, uma prática que consiste em apanhar ondas apenas com o corpo. Graças às “handplanes” da Ahua, os bodysurfers podem incrementar o poder da remada, flutuação e direção, obtendo um maior controlo na onda
Ao recorrer à cortiça, um material 100% português e sustentável, Nuno Mesquita imprime um cunho lusitano a este produto. “A escolha da cortiça para fazer esta prancha foi algo natural. Como arquiteto já tinha participado em vários concursos e num deles usei a cortiça como material que conferia características interessantes ao produto. Assim, quando iniciei este projeto a opção por este material foi espontânea e revelou-se uma boa aposta,” conta o criador da marca ao Boas Notícias.
E se a cortiça pode parece ser um material estranho para incorporar no surf, Nuno – que experimenta, ele próprio, todos os produtos antes de lançar no mercado – garante que com este material “a empatia com a onda é mais direta” proporcionando uma experiência singular.
Pranchas personalizadas ao gosto do freguês
Todas as pranchas são feitas à mão por Nuno, que se apoia na sua formação como arquiteto para manusear a madeira customizando todos os produtos consoante o gosto dos clientes: “Cada prancha é diferente da produzida anteriormente. “Os 'handplanes' podem conter fivelas de cores diferentes, o trabalho à mão pode ser talhado de outra forma ou outro pormenor que o cliente queira ver incorporado, personalizando a sua prancha e tornando-a única”, refere o arquiteto.
Uma prancha alaia custa 335 euros, sendo que, a esse montante pode acrescer um custo adicional conforme os requisitos de cada cliente. Já os “handplanes” de madeira paulownia têm o preço fixado nos 79 euros. Quanto aos “handplanes” de cortiça custam 69 euros e veem incorporados com fivelas de cores diferentes.
Apesar do sucesso destas pranchas no mercado nacional, Nuno sentiu a necessidade de criar um produto com um preço mais acessível para os amantes do surf. “Os 'handplanes' de acrílico surgiram como uma resposta aos apelos do mercado. Era preciso criar um produto mais acessível a todos os bolsos e assim surge esta opção que custa apenas 29 euros”.
Exportação para o estrangeiro
Depois de conquistar o mercado nacional, os produtos da Ahua já começam a ser exportados para fora com surfistas dos EUA, Austrália e França a renderem-se à proposta da marca lusa. “A nível percentual, já começa a ser expressivo o volume de exportações dos nossos produtos, com os clientes a deixarem-nos o feedback, através de fotografias ou emails, de como a prancha se comporta no mar”.
Embora a empresa, que foi criada no início deste ano, ainda esteja a consolidar o
s produtos que coloca no mercado, Nuno conta ao Boas Notícias que já tem em mente o próximo passo para a marca Ahua: exportar não só um produto de qualidade, mas que contenha um pouco de Portugal e daquilo que melhor se faz em terras lusitanas.
“A partir de agora vamos tentar produzir todos os nossos produtos com cortiça para colocar um pouco do ADN português em todos os artigos e levar para fora um pouco de Portugal”, adianta o mentor do projeto.
Por agora, o cliente pode encontrar estas pranchas originais em várias lojas desportivas, na área de Grande Lisboa e na Costa da Caparica, e lojas virtuais com quem a marca estabeleceu parcerias. Pode ainda fazer encomendas através da loja online da Ahua e tirar partido das ondas com uma prancha de madeira ou apenas com o corpo e a ajuda dos “handplanes”.
Clique AQUI para aceder ao site da Ahua – Surf Within.
