A experiência está agendada para Setembro de 2016 e vai decorrer na centrifugadora de grande diâmetro (Large Diameter Centrifuge) da AEE, em condições de hipergravidade. O objetivo é perceber se é possível desenvolver pensos bioativos com materiais que permitam a regeneração dos tendões que sofreram lesões.
A experiência vem permitir estudar o comportamento de células derivadas do tendão em diferentes tipos de penso bioativo. “[A Achilles] pretende desenvolver novas técnicas de engenharia de tecidos com recurso a uma gravidade superior à existente na Terra para a recuperação de lesões nos tendões”, explica o MIT Portugal em comunicado de imprensa.
A investigação vai decorrer em diferentes níveis de hipergravidade (10, 15 e 20g), mas também em alturas temporais distintas. O sucesso da experiência pode dar origem a uma nova geração de terapias regenerativas no tendão.
“As técnicas hoje utilizadas para tratar lesões nos tendões têm pouca eficácia. Estão por isso a ser desenvolvidos pensos bioativos capazes de orientar a cura através da própria lesão”, explica o comunicado.
Portugueses veteranos em hipergravidade
A líder da equipa Achilles, Raquel Almeida, participa no programa SYT pela segunda vez. É estudante em doutoramento na Universidade do Minho.
Será acompanhada por Daniel Carvalho e Miguel Ferreira, ambos na segunda participação, e Elsa Silva. São alunos do Mestrado Integrado em Bioengenharia da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar.
A equipa será orientada por Manuela Gomes, investigadora do grupo 3B's da Universidade do Minho.
“Em 2014, este grupo fez parte da Equipa AngioGravity, que estudou a forma como a hipergravidade poderia afetar a formação dos vasos sanguíneos para possíveis aplicações em medicina regenerativa ou no tratamento de situações patológicas relacionadas com a vascularização”, diz o comunicado do MIT.
Raquel Almeida, Daniel Carvalho e Miguel Ferraira também integram a equipa que venceu o concurso Mars One University Competition, selecionada para enviar uma experiência para Marte.
A ser bem sucedida, a experiência pode resultar no crescimento das primeiras plantas no planeta vermelho. As sementes e os protótipos desenvolvidos pela equipa partirão da Terra em 2020 numa missão não tripulada.