A descoberta, publicada na revista Nature, reveste-se de especial importância dado que a história da ramificação dos mamíferos continua a ter muitas lacunas. Assim, o achado proporciona mais informações acerca de um período pouco explorado na pré-história do continente – o período Cretáceo.
Guillermo Rougier, um dos paleontólogos da equipa, explicou que os investigadores puderam desde logo perceber esta importância devido “à idade das rochas” e ao facto de terem encontrado crânios. Até ao momento, tudo o que se sabia acerca desses mamíferos tinha sido conhecido por meio da análise de dentes ou fragmentos de ossos.
Com uma aparência semelhante à do famoso esquilo do filme de animação “Idade do Gelo”, a espécie viveu na época dos dinossauros, há cerca de 100 milhões de anos. A equipa afirma que o animal em questão – que recebeu o nome de Cronopio dentiacutus – mediria entre 10 e 15 centímetros de comprimento e alimentava-se de insetos.
O paleontólogo destacou, porém, o tamanho das presas do animal. Em declarações à BBC, Rougier confessou que a equipa não tem ideia do porquê de este precisar de caninos tão grandes. “Os molares são o tipo de dentes necessários para os insectívoros, mas os caninos foram uma enorme surpresa”, admitiu.
Além dos crânios, a equipa encontrou também algumas mandíbulas fossilizadas no mesmo local, uma área remota da Patagónia, parte da província de Rio Negro, na Argentina. A remoção dos fósseis das rochas, encontrados em 2006, levou vários anos e só agora os resultados foram dados a conhecer.
Até à extinção dos dinossauros, que ocorreu há cerca de 65 milhões de anos, o número de fósseis de mamíferos encontrados é apenas um décimo dos que foram desenterrados e dizem respeito a períodos mais recentes.
Clique aqui para aceder à notícia da descoberta na página da Universidade de Louisville.
[Notícia sugerida por Raquel Baêta, Patrícia Guedes e Vítor Caixeiro]