Uma investigadora italiana identificou, numa escultura conservada no Museu do Cairo, a única imagem até hoje descoberta que representa os dois filhos gémeos da rainha egípcia Cleópatra VII e do general romano Marco António.
Uma investigadora italiana identificou, numa escultura conservada no Museu do Cairo, a única imagem até hoje descoberta que representa os dois filhos gémeos da rainha egípcia Cleópatra VII e do general romano Marco António.
A investigadora Giuseppina Capriotti explicou que, após vários anos de pesquisa, conseguiu provar que as duas crianças representadas na escultura (abraçadas e com o Sol e a Lua sobre as suas cabeças) são os gémeos que nasceram fruto da relação de Cleópatra com Marco António, batizados com os nomes de Cleópatra Selene II e Alexandre Helios.
Giuseppina Capriotti baseia as suas conclusões, divulgadas pelo Polish Centre of Mediterranean Archaeology (da Universidade de Warsaw) e reconhecidas pelo Conselho Nacional de Investigação Italiano, em considerações iconográficas e simbólicas.
Rapariga aparece sob o símbolo da Lua e rapaz do Sol
A escultura, que representa os gémeos a nu, mede cerca de um metro e foi encontrada num templo dedicado à deusa Hathor, na cidade de Dendera, no Egito.
Sobre a menina aparece o símbolo da Lua, que se identifica com o nome de Cleópatra Selene (Selene, a deusa grega da Lua), enquanto sobre o menino surge o Sol, que representa igualmente o seu nome, Alexandre Helios (Helios, personificação do Sol na mitologia grega).
“No Egito, a Lua era um símbolo para os homens e o Sol para as mulheres, mas há que ter em conta a contaminação da cultura grega na relação de Cleópatra com Marco António”, explicou Giuseppina Capriotti à agência EFE.
A investigadora adiantou que, na altura do nascimento dos gémeos, houve um eclipse que pode ter inspirado o nome das crianças e o facto de estarem representadas abraçadas.
Da relação entre Cleopatra e Marco António, no ano 40 a.C., nasceu ainda outro filho, Ptolomeu Filadelfo. A única representação que se conhecia de um dos três filhos do casal era uma imagem do rosto de Selene, que terá sido a única criança a viver até à idade adulta e foi casada com o rei africano Juba II de Numidia.
Giuseppina Capriotti aponta a hipótese de que, depois do suicídio dos progenitores, os dois rapazes tenham tido “seguramente um triste destino”.
A investigadora recordou ainda que as dinastias posteriores a Cleopatra tentaram destruir as representações iconográficas dos seus herdeiros.
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[Notícia sugerida por Diana Rodrigues]