Até ao dia 4 de julho, o Museu Serralves acolhe uma exposição dedicada à
artista norte-americana Dara Birnbaum. Os trabalhos vídeo apresentados
refletem uma visão crítica e emocionalmente muito forte acerca da
sociedade americana e da forma como esta é ilustrada na televisão.
A artista nova-iorquina começou a desenvolver o seu trabalho na década de 70, focando-se sempre na influência que a televisão e os media em geral exercem no quotidiano individual e também coletivo.
“A Matéria Negra da Luz dos Media” inclui a exibição de partes do seu arquivo pessoal, assim como filmes serão apresentados pela primeira vez.
Dara Birnbaum conta-se entre os primeiros artistas empenhados em desenvolver estratégias de subversão da linguagem televisiva. “Ao deslocar os elementos visuais e alterar a sintaxe, estas imagens foram separadas do fluxo narrativo e contrapostas a textos musicais, mergulhando o espetador diretamente na própria experiência televisiva que revela a televisão nos seus gestos esterotipados de poder e submissão, de auto-apresentação e ocultação, de egos masculinos e femininos”, diz a própria artista, citada em comunicado da Fundação Serralves.
O objetivo da sua arte tem sido, portanto, o de “garantir uma voz ao indivíduo”, ao
desconstruir o poder das imagens nos seus vídeos e instalações
multimédia, onde a linguagem tem uma dinâmica “tele-visual” que abarca
não só imagens, mas também música e texto.
Uma das suas peças mais icónicas é o vídeo “Technology/Transformation: Wonder Woman”, de 1978.
Dara Birnbaum foi a primeira artista vídeo feminina a receber o prestigiado galardão Maya Deren Award for Independent Film and Video, atribuído pelo American Film Institute, em 1987.
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