por Natalina Rodrigues, médica de Medicina Geral e Familiar
O início de aulas é sinónimo de retomar a rotina, de voltar às regras e às tarefas diárias, e nem sempre é fácil conciliar os horários dos pais e dos filhos. Por este motivo e não só, muitos pais optam por colocar os seus filhos em atividades extracurriculares.
O enriquecimento cultural, social e cívico, assim como o desenvolvimento psicológico e físico da criança constam no leque das principais competências que são trabalhadas nas várias atividades, tais como a autoestima, o raciocínio lógico, a coordenação motora, a autonomia e a responsabilidade, que diretamente e indiretamente podem contribuir para uma melhoria no rendimento escolar e social. Outro benefício destas atividades consiste na diminuição da permanência prolongada em frente à televisão, computador e ou outro tipo de tecnologias.
Quer no início do ano letivo, como no decorrer deste, é sempre uma boa altura para refletir e escolher quais as atividades que os nossos filhos poderão frequentar. A oferta de atividades extracurriculares é cada vez mais diversificada e escolher a mais adequada não é uma tarefa fácil: entre música, futebol, natação, ginástica, línguas, ballet e muitas outras, qual escolher?
Deve ser priorizada uma atividade que o seu filho goste e que não seja uma obrigação! Portanto, escolha a atividade pela qual a criança demostre maior interesse. No caso de dúvida, antes de inscrever o seu filho proponha uma aula experimental. Os desportos de equipa (como futebol, ginástica, entre outros) são uma ótima forma de interação social, de diminuir níveis de ansiedade e de treinar a coordenação motora. As crianças e jovens que integram grupos, como por exemplo escuteiros, desenvolvem a partilha de responsabilidades e a interação com pessoas de várias faixas etárias.
Deve existir um número limite de atividades extracurriculares a frequentar, pois o excesso destas pode ser deletério para o bem estar físico e psicológico da sua criança. A presença de alguns sinais de alerta podem ser indicativos de que algo não está bem, como por exemplo, alterações do padrão habitual do sono, cansaço diário extremo e diminuição do desempenho escolar. Nestes casos, é necessário tentar compreender quais são os motivos para o sucedido e se necessário suspender ou trocar as atividades realizadas. Não se esqueça que também é importante a criança ter tempo livre para estar com a família, para brincar ou até mesmo descansar.
No decorrer do tempo é importante avaliar a manutenção do gosto e da motivação do seu filho pela atividade realizada. Com moderação e bom senso na escolha e frequência das várias atividades extracurriculares pode ajudar o seu filho a desenvolver sentido de responsabilidade, reduzir problemas de comportamento e aumentar a autoconfiança.