Ciência

A aprendizagem da língua começa no útero

Um novo estudo revela que os bebés começam a aprender a língua materna quando ainda estão dentro da barriga da mãe.
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Um novo estudo revela que os bebés começam a aprender a língua materna quando ainda estão dentro da barriga da mãe. Os investigadores da Universidade Pacific Lutheran, nos EUA, provaram que os recém-nascidos reagem de maneira diferente ao som das vogais estrangeiras e nativas.
 
As crianças foram testadas num período de tempo que variou entre as 7 e as 75 horas após o nascimento e deram provas de tratar todas as vogais da sua língua como semelhantes, o que demonstra que os recém-nascidos encaram estes sons como pertencentes à mesma categoria.

Já as vogais pronunciadas em línguas estrangeiras foram interpretadas como sons estranhos e desconhecidos, revela em comunicado a psicóloga Christine Moon, que coordenou a equipa do estudo publicado este mês no jornal Acta Paediatrica.
 

“Parece que há uma aprendizagem pré-natal da linguagem mas não sabemos ainda qual a extensão desta aprendizagem”, diz a psicóloga.
Os cientistas já sabiam que partir dos sete meses e meio, os fetos conseguem ouvir os sons do mundo exterior. Já havia provas, também, de que conseguiam aprender conceitos como ritmo, melodia e nível de som. Mas esta é a primeira vez que se comprova a sua capacidade de distinguir línguas.
 
A equipa da psicóloga Moon avaliou 80 recém-nascidos – metade em hospitais dos Estados Unidos e outra metade em hospitais da Suécia. Cada criança era avaliada enquanto estava deitada no berço, num quarto silencioso, com auscultadores colocados perto dos seus ouvidos. Com uma chupeta ligada a um computador, os investigadores conseguiram medir a reação dos bebés às vogais que ouviam.
 
A gravação de voz continha 17 variantes do ‘i' prolongado em inglês (como aquele que se ouve na palavra ‘free’) e 17 variantes de uma vogal sueca com um som semelhante a ‘yeh’ . De acordo com os registos, os investigadores notaram que os bebés chuparam com mais intensidade e por mais tempo as chupetas quando ouviam os sons estrangeiros, demonstrando interesse nas sonoridades desconhecidas.
 
Todas as versões das vogais nativas obtiveram a mesma reação em termos de intensidade de utilização da chucha, o que indica, diz a psicóloga, que os recém-nascidos encaram estes sons como sendo parte de uma determinada categoria familiar.

“A mãe tem primazia de influenciar o cérebro das crianças. As vogais são os sons que captam mais atenção do bebé”, diz uma das co-autoras do estudo, Patricia Kuhl, no mesmo comunicado de imprensa da universidade.
 
As crianças aprendem e absorvem facilmente novas informações. Perceber como este processo ocorre pode, segundo os investigadores, ajudar a encontrar formas para melhorar a aprendizagem noutras fases do crescimento.

Clique AQUI para consultar o comunicado da Universidade (em inglês)

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