O presidente do BES, Ricardo Salgado, apresentou os vencedores da sexta edição do Concurso Nacional de Inovação BES, esta segunda-feira em Lisboa, com a presença do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva. Durante a cerimónia, Salgado salientou a liderança de Portugal no setor da inovação, em termos de ciência que permite que hoje estejamos à frente dos países do sul da Europa.
Este ano, o grande vencedor foi o projeto “Drops in Lotus”, da Universidade do Minho, liderado por João Mano. O projeto apresenta uma tecnologia inovadora que através do uso de superfícies sintéticas extremamente repelentes de líquidos, baseadas em alguns exemplos encontrados na natureza, como a folha do lótus, produz partículas sólidas praticamente esféricas, de uma forma económica e ambientalmente atrativas.
A descoberta abre caminho à conceção e desenvolvimento de novos produtos em setores tão variados como a biomedicina, a medicina regenerativa, a indústria farmacêutica, alimentar, cosmética e agrícola.
Na categoria “Clean Tech”, o vencedor foi o projeto FotOrg (Fotovoltaicos Orgânicos de baixo custo), da Nanolayer Coating Technologies, representada por Luís Ribeiro Pereira.
O Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa, representado por José Graça, foi galardoado na categoria Biotecnologia e Agro-industrial com o projecto “Super Libid” (Lípidos da suberina da cortiça).
Nas Tecnologias da Saúde a vencedora foi a empresa Acellera Therapeutics, com uma nova terapia celular para tratamento da rejeição de transplantes de fígado, encabeçada por David Cristina.
Por último, de acordo com o jornal Público, na categoria Economia Oceânica, o vencedor foi o Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), do departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, representado por Ricardo Calado, com o projeto FishCare, que pretende lançar a base para a certificação de produtos com origem na água.
A edição deste ano contou com 196 concorrentes e, desde que foi criado, em 2004, o concurso contou com 1059 projetos participantes, dos quais 33 foram vencedores, tendo sido atribuídos prémios num valor global superior a dois milhões de euros.
O presidente do BES, Ricardo Salgado, fez questão ainda de salientar que o investimento na ciência nas últimas duas décadas permitiu que Portugal ultrapassasse países como a Grécia, Itália e Espanha nos indicadores relativos à inovação.
“O investimento na ciência, maioritariamente público, acabou por estimular investimento privado, trazendo Portugal do grupo dos países europeus mais atrasados em ciência, tecnologia e inovação, para o grupo dos `inovadores moderados´, à frente da Grécia, Itália e Espanha”, afirmou o banqueiro, citando os dados do European Innovation Scoreboard publicado pela Comissão Europeia em abril.