qual o processo de organização cerebral para a representação de
substantivos, o que possibilita o desenvolvimento de novas abordagens
no tratamento de doenças como o autismo. Jaime Cardoso, da Faculdade de
Engenharia da Universidade do Porto, integra a equipa de investigação.
De acordo com Marcel Just, diretor do Center for Cognitive Brain Imaging, “não é apenas uma ordem alfabética ou [segundo] cores e tamanhos” que condicionam a codificação cerebral dos diversos substantivos. Ao invés, o cérebro “fá-lo através de três caraterísticas básicas”, associadas aos seguintes fundamentos: a relação física entre o indivíduo e o objeto (como o segura, por exemplo); a associação do objeto ao ato de comer; o papel que o objeto tem na noção de abrigo.
O estudo foi realizado com base na utilização combinada de imagens cerebrais e técnicas de aprendizagem mecânica, uma abordagem que permitiu identificar que pensamentos eram estimulados por determinadas palavras isoladas, adianta o portal CiênciaHoje.pt.
Os resultados da investigação mostram que, entre os participantes, o substantivo “apartamento”, por exemplo, provocou uma elevada reação nas cinco zonas cerebrais que codificam as palavras relacionadas com a ideia de abrigo, segurança.
Uma vez que as doenças do foro psiquiátrico e neurológico envolvem a distorção do significado de determinados conceitos, os cientistas da Universidade de Carnegie Mellon acreditam que as novas técnicas descobertas podem ajudar na medição e alteração dessas distorções.
Segundo Marcel Just, citado no portal CiênciaHoje.pt, “nós ensinamos a mente, mas estamos a moldar o cérebro, e agora podemos testar o cérebro sobre o quão bem aprendeu um conceito”.