O primeiro computador utilizado para investigação em Portugal – e que na altura custava o equivalente a 500 mil euros – foi resgatado da lixeira por um professor universitário dos Açores. A relíquia está no sótão da sua casa, em Angra do Heroísmo.
“É o modelo PDP 11, de tecnologia norte-americana, com uma disquete com 246K de memória, que foi para a Universidade de Coimbra em 1974 e que, no início dos anos 80, estando destinado à sucata, eu trouxe para Angra do Heroísmo”, revelou Félix Rodrigues, em declarações à agência Lusa.
O professor de Física, Matemática e Ambiente do Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores conseguiu “que [o computador] viesse para a universidade açoriana e ali trabalhou três ou quatro anos, mas depois, também devido à evolução tecnológica, o seu futuro era a lixeira”, recorda.
Ao primeiro olhar, o computador tem o aspeto de um camiseiro, sendo que apenas o ecrã deixa entender, ainda que vagamente, que o aparelho tem outras funções. “É um bem histórico”, diz o docente.
Por isso, Félix Rodrigues ainda tentou que o computador “fosse colocado no Museu da Ciência da Universidade dos Açores ou no Museu de Angra do Heroísmo”, mas a ideia não teve acolhimento, pelo que o aparelho “parou no sótão” da sua casa.
“Este modelo, o mais avançado da alta tecnologia norte-americana da época, eficaz em controlo de redes e investigação científica, custava a módica quantia de 650 mil dólares, qualquer coisa como 512 mil euros actualmente”, avança ainda o professor da Universidade dos Açores.