Raquel Seiça, coordenadora deste projeto, diz que se observou, "in vitro, um aumento da viabilidade celular e da produção de insulina e, nos animais diabéticos, uma melhoria dos níveis da glicose sanguínea e da resistência à ação da insulina".
Após a prova de conceito, os investigadores procederam à criação de um co-encapsulamento de nanopartículas de GLP-1 – uma hormona intestinal que estimula a produção de insulina – e das células insulino-produtoras, de forma a aumentar a produção e libertação da hormona.
Ratinhos diabéticos passaram a dispensar injeções de insulina
Raquel Seiça diz também que, "com o encapsulamento conjunto destas células e das células produtoras de insulina nas referidas microcápsulas de hidrogéis de alginato modificados com RGD, observou-se um aumento muito significativo da secreção de insulina, estando em curso a realização de novos ensaios em modelos animais".
Estes sistemas "permitiriam libertar os doentes com diabetes tipo 1 das injeções de insulina e alcançar um melhor controlo dos níveis de glicose com a consequente diminuição das complicações agudas e crónicas da doença e, desta forma, melhorar a qualidade de vida dos doentes com diabetes".
"No entanto, há ainda um longo caminho a percorrer. É necessário reduzir o tamanho da microcápsula, torná-la ainda mais estável, mais viável e mais funcionante para ser transplantada em humanos", acrescenta.
O estudo teve início há quatro anos com o projeto-tese de Joana Crisóstomo, em colaboração com o Departamento de Engenharia Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC (Jorge Coelho) e Instituto Nacional de Engenharia Biomédica – INEB da Universidade do Porto (Pedro Granja, Cristina Barrias e Bruno Sarmento).