Saúde

UC desenvolve pâncreas artificial para tratar diabetes

Investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (IBILI-FMUC) estão a trabalhar num pâncreas bioartificial para tratar a diabetes, uma doença crónica que afeta mais de um milhão de portugueses. Os resultados são promissores.
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Investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (IBILI-FMUC) estão a trabalhar num pâncreas bioartificial para tratar a diabetes, uma doença crónica que afeta mais de um milhão de portugueses. Os resultados da experiência em ratinhos são promissores.

Vários fatores têm limitado a aplicação clínica (transplante) destes sistemas de encapsulamento das células insulino-produtoras, nomeadamente a instabilidade dos materiais usados e a sua biocompatibilidade, a insuficiente oxigenação das células transplantadas e a sua proteção contra a resposta do sistema imunológico do recetor (doente).  
 
A equipa liderada por Raquel Seiça focou-se em melhorar as propriedades biológicas destes dispositivos ou seja, desenvolveu uma microcápsula em que as células produtoras de insulina são envolvidas numa matriz polimérica de hidrogéis de alginato, um polímero natural, modificados com uma substância, um péptido presente na matriz extracelular (RGD), mimetizando assim o microambiente celular in vivo, o que permitiu aumentar a viabilidade e a funcionalidade das células encapsuladas e transplantadas. 
 

Raquel Seiça, coordenadora deste projeto, diz que se observou, "in vitro, um aumento da viabilidade celular e da produção de insulina e, nos animais diabéticos, uma melhoria dos níveis da glicose sanguínea e da resistência à ação da insulina".

Após a prova de conceito, os investigadores procederam à criação de um co-encapsulamento de nanopartículas de GLP-1 – uma hormona intestinal que estimula a produção de insulina – e das células insulino-produtoras, de forma a aumentar a produção e libertação da hormona.

Ratinhos diabéticos passaram a dispensar injeções de insulina

Raquel Seiça diz também que, "com o encapsulamento conjunto destas células e das células produtoras de insulina nas referidas microcápsulas de hidrogéis de alginato modificados com RGD, observou-se um aumento muito significativo da secreção de insulina, estando em curso a realização de novos ensaios em modelos animais".

Estes sistemas "permitiriam libertar os doentes com diabetes tipo 1 das injeções de insulina e alcançar um melhor controlo dos níveis de glicose com a consequente diminuição das complicações agudas e crónicas da doença e, desta forma, melhorar a qualidade de vida dos doentes com diabetes".

"No entanto, há ainda um longo caminho a percorrer. É necessário reduzir o tamanho da microcápsula, torná-la ainda mais estável, mais viável e mais funcionante para ser transplantada em humanos", acrescenta.

O estudo teve início há quatro anos com o projeto-tese de Joana Crisóstomo, em colaboração com o Departamento de Engenharia Química da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC (Jorge Coelho) e Instituto Nacional de Engenharia Biomédica – INEB da Universidade do Porto (Pedro Granja, Cristina Barrias e Bruno Sarmento).

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