Um grupo de investigadores liderado pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) conseguiu demonstrar, num estudo com ratinhos, que o exercício físico contribui para prevenir o cancro da mama além de reduzir a agressividade das lesões.
Um grupo de investigadores liderado pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) conseguiu demonstrar, num estudo com ratinhos, que o exercício físico contribui para prevenir, em quase 50%, o cancro da mama além de reduzir a agressividade das lesões cancerígenas.
Para realizar a investigação, a equipa recorreu a 50 ratos fêmea com 4 a 5 semanas de idade. Os animais foram aleatoriamente divididos em quatro grupos experimentais: um grupo sedentário com ratinhos inoculados com cancro da mama (grupo 1), outro grupo exercitado de ratinhos que também estava inoculado (grupo 2) e outros dois grupos de controlo com animais, sem inoculação, um deles sedentário e outro exercitado (grupos 3 e 4).
Após um período de adaptação, os animais dos grupos 2 e 4 foram exercitados num tapete rolante a uma velocidade constante de 20 metros por minuto, 60 minutos por dia, 5 dias por semana, nas 35 semanas.
Sedentarismo deu origem ao dobro de lesões cancerígenas
No final do protocolo experimental, a equipa de investigação verificou que o número de lesões malignas quase duplicou no grupo inoculado sedentário (39 lesões malignas) quando comparado com o grupo inoculado exercitado (21 lesões malignas).
Segundo uma das investigadoras, Ana Faustino, o protocolo de exercício físico com a duração de 35 semanas aplicado neste trabalho foi o mais longo realizado até à data neste modelo. “Se pensarmos na translação para o Homem, equivale a aproximadamente 25 anos de prática de atividade física moderada”, refere a jovem cientista.
Exercício físico é preventivo
“Os resultados obtidos sugerem que a prática de exercício físico ao longo da vida contribui para uma redução do número de lesões neoplásicas e da sua agressividade e para uma maior vascularização dessas lesões”, acrescenta.
“Assim, os resultados suportam a prática de exercício físico moderado para a prevenção de cancro da mama, ou mais concretamente, de fenótipos mais agressivos desta doença.”, conclui Ana Faustino.
A investigação, financiada pela FCT, decorreu em parceria com a Universidade de Aveiro no âmbito do projeto “Avaliação bioquímica, morfológica e funcional do catabolismo muscular associado ao cancro da mama: o papel do exercício físico”.
Integram a equipa, pela UTAD, Ana Faustino, Mário Ginja, Adelina Gama, Paula A. Oliveira, Maria João Pires e Bruno Colaço, e, pela Universidade de Aveiro, Rita Ferreira.