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Oficina da Psicologia: 7 dicas para gerir as emoções

"Hoje sinto-me bem. Estou feliz!" Identifica-se com estas expressões? Sente-se habitualmente assim e não percebe porquê? Estas são algumas das emoções que experienciamos ao longo da nossa vida. Mas o que é isto a que chamamos de emoções e que, no fun
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por Cláudia Sintra Vieira, psicóloga

Cláudia Sintra VieiraO que é isto a que chamamos de 'emoções' e que, no fundo, são o espelho daquilo que sentimos? De uma forma simples as emoções são sinais internos do nosso corpo que nos dizem que alguma coisa está a acontecer.
Quando algo de bom nos acontece nós sentimo-nos bem, quando, pelo contrário, algo corre mal, sentimo-nos tristes, ansiosos. No fundo, as nossas emoções são como o nosso telejornal privado, que nos dão constantes atualizações sobre aquilo que estamos a fazer e a experienciar. 


As emoções podem ser primárias ou secundárias. As reações iniciais ao que está a acontecer são denominadas de emoções primárias. Estas são sentimentos, sensações fortes que surgem muito rapidamente e que não dependem de um pensamento sobre o que aconteceu para surgirem. Por exemplo, se ganharmos o euromilhões, sentimo-nos automaticamente surpreendidos. Se alguém que nos é querido morre, rapidamente nos sentimos tristes. 

O que são emoções secundárias
 
Por outro lado, as emoções secundárias são reações às emoções primárias, ou seja, são “aquilo que sentimos sobre os nossos sentimentos”. Por exemplo, imagine que o João gritou com a sua irmã porque esta lhe disse algo que o irritou. Esta raiva surgiu muito depressa. Pouco depois sentiu-se culpado por se ter irritado com a irmã. A irritação foi a primeira emoção e a culpa a emoção secundária. 


Porém, é também possível experienciar numerosas emoções secundárias em resposta a uma emoção primária. Por exemplo, a Maria ficou ansiosa quando lhe pediram para fazer uma futura apresentação no trabalho. Com o aproximar do dia, ficou cada vez mais deprimida ao pensar em quão ansiosa estava a ficar, e começou a sentir-se inútil, a sentir que não conseguiria fazer uma simples apresentação. Depois do dia da apresentação, a Maria começou a sentir-se culpada por ter feito um grande aparato acerca desta situação.

Aqui conseguimos ver como as emoções de uma pessoa se tornam muito complexas, de um momento para o outro: a ansiedade foi a primeira emoção, a depressão, a inutilidade, a culpa foram as emoções secundárias em resposta à ansiedade. 
 
Como é que as emoções funcionam?
 
As emoções são sinais químicos e elétricos do nosso corpo que nos alertam para o que está a acontecer. Estes sinais começam, muitas vezes, com as nossas sensações visuais, toque, cheiro e paladar. Então estes sinais viajam até ao nosso cérebro, onde são processados numa área que chamamos sistema límbico, o qual é especializado em observar e processar as emoções para que possamos responder em situações emocionais.

O sistema límbico está, também, ligado a todo o cérebro e corpo para que possa dizer ao nosso corpo o que fazer para responder em determinadas situações emocionais.
 

As emoções são importantes por variadas razões. Imagine que vai a andar pela rua quando de repente um cão grande e raivoso ladra e corre atrás de si. Nesse momento, um sinal emocional foi enviado, pelos olhos e ouvidos para o seu cérebro. O sistema límbico processou a informação sem que pensasse no que estava a fazer. Este tipo de resposta é chamado de “luta ou fuga”, e determina se fica para lutar com o cão ou foge da situação. Imagine que sabiamente escolhe fugir e escapa ileso. As suas emoções ajudaram-no a sobreviver e a evitar qualquer sofrimento. 
 
Vamos supor que duas semanas mais tarde está novamente a andar pela mesma rua e rapidamente começa a sentir medo. A isto se chama de resposta condicionada. O seu sistema límbico está a tentar protegê-lo fazendo com que se recorde do cão perigoso que viu nesta rua. Sensatamente, escolhe outra rua para evitar o cão. Neste exemplo, as suas emoções inicialmente ajudam-na(o) a escapar do perigo e do sofrimento, e posteriormente ajudam-na(o) a evitar um potencial dano.
 
No fundo, as nossas emoções são sinais que nos ajudam a sobreviver (relembrar pessoas e situações), a lidar com situações do dia-a-dia, a comunicar com os outros, a evitar a dor e a procurar o prazer e o bem-estar.
 
7 dicas para gerir melhor as emoções
 
Como já sabemos as emoções estão sempre presentes ao longo do nosso dia-a-dia e, invariavelmente, ao longo de toda a nossa vida. No fundo, fazem parte de nós.

E por isso mesmo é importante perceber o que estamos a sentir e tomar consciência disso, pois assim conseguimos alcançar o equilíbrio emocional, que tanto desejamos nas nossas vidas.
 
Mas o que posso fazer para ter mais consciência das minhas emoções e dar-lhes respostas adequadas? Pode fazê-lo de diversas formas
  1. – Seja curioso e questione o que está a sentir! Tente encontrar uma ou duas palavras que melhor descrevam o que está a sentir;
  2. Quando reparou pela primeira vez naquilo que estava a sentir? Ou seja, esta emoção é recente? Ou quase que já faz parte de si e da sua vida?
  3. O que despoletou esta emoção? Tente perceber a causa, o motivo pelo qual este sentimento surgiu.
  4. Que outros fatores podem estar a contribuir para o surgimento e manutenção dessa emoção? 
  5. Como responder à emoção? Depois de a identificar e ter consciência da mesma, reflita sobre qual a melhor forma de dar resposta ao que está a sentir. Por vezes é benéfico agir automaticamente em situações relacionadas com a sobrevivência, mas noutras devemos ponderar o que fazer! 
  6. Não queria não sentir a emoção! Suprimir só irá fazer com que ela surja mais vezes e fique cada vez mais intensa! Estarmos com as nossas emoções, por mais difícil que pareça, é a melhor resposta ? E quando se sentir preparado deixa-a ir! 
  7. As emoções são temporárias! Por isso mesmo não tenha receio em estar com elas, mesmo que dolorosas, não duram para sempre!
 
Já reparou que muitas vezes a carga negativa que atribuímos às nossas emoções é apenas o nosso cérebro a sinalizar que alguma coisa não está bem connosco? A sinalizar que temos de dar resposta ao nosso sofrimento, desafios e vivências de vida?
 
A capacidade de pensarmos sobre as nossas emoções ajuda-nos a criar um amortecedor entre aquilo que sentimos e as nossas respostas, fazendo com que deixemos de agir no ?calor do momento? e/ou de forma impulsiva.
E é assim que conseguimos ter algum controlo sobre diversas circunstâncias e acontecimentos na nossa vida.
 
Por isso mesmo, hoje escolha reparar no bom, nas emoções tal como elas são – porque no fundo não podemos mudar o espelho daquilo que sentimos (emoções) mas sim a forma como olhamos e lidamos com o que vemos no espelho. Comece hoje a dar outro rumo às suas emoções: seja o principal condutor da sua vida!

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