Bloqueada está, em particular, a disposição que permitia à polícia questionar “o estatuto de imigração de pessoa abordada, detida ou presa” por outras razões, se tivesse uma suspeita razoável de que aquela se encontra ilegal nos Estados Unidos.
A juíza bloqueou ainda as provisões da lei que obrigavam os imigrantes a andarem com documentos que provassem o seu estatuto legal, que impediam um imigrante ilegal de procurar ou realizar trabalho em organismos públicos e que autorizavam as detenções sem mandado nos casos de suspeita de que um indivíduo seria sujeito a deportação.
Na opinião da juíza, na nova lei existe “uma probabilidade substancial de que os agentes detenham erradamente imigrantes legais”.
Sete processos judiciais pedem a suspensão da lei, assinada pela governadora do Arizona, Jan Brewer, que qualificou a decisão judicial de como “um pequeno sobressalto”.
Ativistas em júbilo
A notícia do bloqueio da lei foi recebida com júbilo pela comunidade hispânica do Arizona e do resto dos Estados Unidos, segundo a agência Lusa que cita a Efe.
Grupos de ativistas contra a lei tinham marcado manifestações para quinta feira, que vão manter, mas possivelmente em dimensões menores.
“É uma vitória importante e celebramo-la, mas ainda é pequena, porque queremos uma mudança nas políticas repressivas contra os imigrantes no Arizona. Com ou sem a decisão da juíza, prosseguiremos com os nossos protestos e vigílias”, disse à Efe Nicole Torre, porta-voz de Promise Arizona, que agrega uma dezena de organizações envolvidas nas manifestações.
Calcula-se que existam no Arizona cerca de 460 mil imigrantes indocumentados, na maioria hispânicos, número que sobe para 12 milhões em todos os Estados Unidos.