Uma dieta equilibrada, exercício físico, ferramentas de gestão do stress e uma boa rede social. Estes são os quatro ingredientes para atrasar o envelhecimento.
Uma dieta equilibrada, exercício físico, ferramentas de gestão do stress e uma boa rede social. Estes são os quatro ingredientes para atrasar o envelhecimento das células e tornar o organismo mais resistente a doenças, segundo uma nova investigação conduzida pela Universidade da Califórnia.
O estudo, publicado esta semana na prestigiada revista Lancet Oncology, foi conduzido por investigadores da Universidade da Califórnia em parceria com o Instituto de Medicina Preventiva, uma entidade sem fins lucrativos que investiga a relação do estilo de vida com o envelhecimento e o surgimento de doenças.
“Os nossos genes e os nossos telómeros (parte dos cromossomas relacionada com o envelhecimento celular) não determinam, necessariamente, o nosso destino”, garante o autor principal do estudo, Dean Ornish, professor da Universidade da Califórnia e fundador do Instituto de Medicina Preventiva.
Os telómeros são uma espécie de capa protetora que se encontra no fim dos cromossomas e que afeta o envelhecimento das células. Os telómeros são compostos de proteína e ADN e protegem os cromossomas para que permaneçam estáveis. À medida que telómeros ficam mais pequenos e que a sua estrutura enfraquece, as células envelhecem e morrem mais facilmente.
Durante cinco anos os investigadores seguiram 35 homens com cancro da próstata em fase inicial para explorar a relação entre o seu estilo de vida e o tamanho e atividade dos telómeros.
Dez dos pacientes aderiram a um programa que implicava mudanças no estilo de vida: uma dieta rica em fruta, vegetais e grãos integrais e baixa em gordura e hidratos de carbono refinados (massa, pão, entre outros); uma caminhada de 30 minutos seis dias por semana; ferramentas de gestão de stress (yoga, exercícios de respiração, meditação). Estes pacientes também participaram, semanalmente, num grupo de apoio.
Telómeros 10% maiores
Durante toda a investigação os dados dos participantes foram monitorizados com ressonâncias e biopsias. Ao fim de cinco anos, os investigadores compararam os dados de todos os participantes.
O grupo que tinha aderido ao estilo de vida mais saudável tinha registado um aumento de cerca de 10 por cento do tamanho dos telómeros. Aliás, quanto mais saudável o programa seguido, maior se revelou o tamanho dos telómeros. Em contraste, o grupo de controlo, que não aderiu a um estilo de vida mais saudável, tinha um tamanho de telómeros cerca de 3% mais pequeno.
Embora se tenham concentrado em pacientes com cancro da próstata, os investigadores acreditam que estes resultados podem ser ampliados a população em geral já que foram medidos os “telómeros do sangue dos participantes e não os telómeros do tecido da próstata”, diz Dean Ornish em comunicado.
“Este estudo é um grande avanço que merece ser confirmado através de uma investigação mais ampla”, diz o coautor do estudo Peter R. Carroll, professor e diretor do departamento de Urologia da Universidade da Califórnia. “A redução do tamanho dos telómeros aumenta o risco de uma série de doenças e diminiu a esperança de vida”, conclui o especialista.
Clique AQUI para consultar o comunicado da Universidade da Califórnia (em inglês).
Notícia sugerida por Patrícia Guedes
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