O grupo empresarial cubano Labiofam anunciou recentemente que está a trabalhar em "novos peptídeos antitumorais" para combate a vários tipos de cancro.
O grupo empresarial cubano Labiofam anunciou recentemente que está a trabalhar em “novos peptídeos antitumorais” para combate a vários tipos de cancro. Entre os tratamentos que estão a ser desenvolvidos e que podem revolucionar as alternativas terapêuticas tradicionais está um peptídeo capaz de atuar sobre as células malignas “sem efeitos colaterais”.
Em conferência de imprensa em Havana, capital cubana, o diretor-geral do Labiofam, José Antonio, revelou que, em sequência de 14 anos de investigação e estudos pré-clínicos, o grupo concluiu que o efeito destes peptídeos (um tipo de molécula) obtidos por via biotecnológica “supera amplamente os produtos que existem hoje no mercado internacional”.
Segundo a agência EFE, a empresa adiantou ter resultados acerca do impacto de peptídeos para tratamento de cancros como o glioma (um tumor do sistema nervoso central) em crianças e outros tumores cerebrais e do sistema nervoso, bem como cancros de origem epitelial em adultos.
José Antonio Fraga destacou, em particular, o desenvolvimento do peptídeo “RjLB14”, com “resultados impactantes” nos mecanismos de morte celular, visto que o mesmo apenas atua sobre as células doentes “sem efeitos secundários”, o que permitiria substituir o uso de citostáticos, cujo objetivo é evitar a multiplicação e crescimento celular, durante os tratamentos.
De acordo com o diretor-geral do Labiofam, os estudos pré-clínicos realizados com ratos mostraram resultados “surpreendentes”, já que em apenas nove dias de tratamento se verificou uma redução de 90% dos tumores e, em determinados casos, o seu desaparecimento total.
No entanto, José Antonio Fraga alertou que a empresa não pretende criar “falsas expetativas” sobre algo que “ainda não está concluído”, salientando, ainda assim, que “os resultados pré-clínicos já fornecem evidências suficientes para comprovar e reafirmar a efetividade do tratamento em células humanas”.
Atualmente, os investigadores estão a debruçar-se sobre as questões relacionadas com a toxicologia com vista a chegar ao produto final e solicitar, no próximo ano, a realização de um teste clínico em humanos.
Fraga aproveitou a ocasião para anunciar, a propósito, um simpósio internacional do Labiofam que vai decorrer entre 18 e 20 de Setembro em Havana, onde haverá oportunidade para “compartilhar” e “multiplicar” resultados de forma a “acelerar” o desenvolvimento de alternativas que permitam combater as doenças oncológicas a nível mundial.
Recorde-se que, nos últimos anos, o grupo Labiofam tem trabalhado noutros projetos destinados ao tratamento do cancro, em particular a partir das propriedades do veneno de um escorpião cubano. Além disso, comercializa, presentemente, um produto homeopático denominado “Vidatox” que ajuda a aliviar a dor e a tratar sintomas colaterais da doença.
Notícia sugerida por Patrícia Guedes, Lídia Dinis e Elsa Fonseca