A adaptação dos cães ambiente doméstico tornou-os tão próximos dos seus cuidadores que, diz estudo, a relação estabelecida entre estes "amigos de quatro patas" e os donos é semelhante à ligação profunda que existe entre as crianças e os pais.
Há cerca de 15.000 anos que os humanos têm cães como animais de estimação. Porém, a adaptação destes animais ao ambiente doméstico tornou-os tão próximos dos seus cuidadores que, de acordo com um estudo recente, a relação estabelecida entre estes “amigos de quatro patas” e os donos é semelhante à ligação profunda que existe entre as crianças e os pais.
Um dos aspetos já conhecidos da relação entre humanos e cães diz respeito ao “efeito de base de segurança”, um efeito também encontrado nos laços entre pais e filhos, já que os bebés e crianças encaram aqueles que tratam deles como um símbolo de segurança para a interação com o meio ambiente.
Porém, este efeito estava pouco explorado no que toca à ligação entre cão e dono, o que levou Lisa Horn, investigadora do Vetmeduni's Messerli Research Institute, na Áustria, a decidir aprofundar os conhecimentos existentes acerca desta relação.
Horn e os seus colegas analisaram as reações de 20 cães adultos sob diferentes condições: dono ausente, dono silencioso e dono encorajador. Ao brincar com brinquedos interativos, os animais podiam receber uma recompensa (nomeadamente um 'snack', mas, de acordo com a investigação, pareceram menos interessados na mesma quando os donos estavam ausentes do que quando estavam por perto.
Por outro lado, o facto de os donos encorajarem o animal ou permanecerem em silêncio durante a brincadeira mostrou ter pouca influência nos seus níveis de motivação, conforme avança o estudo publicado na revista científica PLOS ONE.
Presença dos donos desencadeia confiança
Na experiência seguinte, explica um comunicado, a equipa de Lisa Horn repetiu o procedimento, mas substituindo o dono por um desconhecido. Os cientistas observaram que os animais pouco interagiram com os estranhos e que o interesse em garantir a recompensa quando os estranhos estavam ou não presentes era praticamente igual.
Segundo Horn, os cães mostraram-se muito mais motivados apenas na presença do dono, o que levou a investigadora a concluir que esta presença é importante para que o animal se comporte de uma forma confiante, tal como acontece com as crianças de tenra idade na presença dos pais.
“Uma das coisas que mais nos surpreenderam foi o facto de os cães adultos se comportarem, em relação aos cuidadores, como as crianças humanas se comportam em relação aos pais”, afirmou a cientista.
“Vai ser interessante descobrir como é que este comportamento evoluiu nos cães”, acrescentou a investigadora, realçando que o paralelo vai continuar a ser estudado em análises comparativas diretas em cães e crianças.
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