Tendo em mente a preocupação com a reciclagem e nas mãos a vontade de dar uma nova vida a peças de mobiliário usadas que, de outra forma, acabariam no lixo, Fernando Barbosa criou o projeto Sempar, transformando-as em obras de arte únicas.
Foi durante uma visita à casa dos avós de um amigo que se apercebeu das histórias que um móvel antigo pode ter para contar. Tendo em mente a preocupação com a reciclagem e nas mãos a vontade de dar uma nova vida a peças de mobiliário usadas que, de outra forma, acabariam no lixo, Fernando Barbosa criou o projeto Sempar – Your Soul Mirror, transformando-as em obras de arte únicas que querem ser “o espelho da alma” dos clientes.
Por Catarina Ferreira
“Quando olhámos para os móveis começámos a perceber o potencial que tinham, imaginámos tudo aquilo que já tinham 'vivido' e decidimos fazer algo com eles, dar-lhes um novo ser”, conta Fernando, 40 anos, que trabalha com o amigo e designer Carlos Almeida, em entrevista ao Boas Notícias.
A ideia surgiu há mais de um ano, mas “só há cerca de um mês este projeto viu a luz do dia e surgiu no mercado”, para que houvesse tempo suficiente para “reunir todas as condições estruturais para que a empresa possa laborar e ter alguma capacidade de resposta”.
Desde mesinhas de cabeceira a aparadores, “todos têm grande potencial” e todos são convertidos por este empreendedor (que gosta de “olhar para a peça e ver mais além”) em, como o próprio nome do negócio indica, objetos sem par. No que toca à inspiração, pode vir da música, dos livros de banda desenhada e até das cidades, sendo a criatividade o único limite.
“Os móveis são geralmente comprados em lojas da especialidade e, como somos de uma zona de mobiliário [Paredes], para já, vamos tendo por onde escolher”, explica Fernando, que admite que a relação custo/benefício também pesou na decisão de usar peças usadas como matéria-prima, visto que, deste modo, “os custos globais de produção baixam significativamente”, permitindo à empresa ser competitiva e praticar “preços mais acessíveis”.
Ao mesmo tempo, Fernando, que tirou o curso de gestão de empresas na Universidade do Algarve, consegue aplicar ao negócio as suas preocupações ecológicas, que o acompanham desde sempre. “Ao reutilizar peças antigas total ou parcialmente não contribuo para o abate das árvores, um dos bens mais preciosos que o Homem tem, mas teima em destruir apenas por ganância”, sublinha.
“Desta forma, sei que contribuo para um planeta mais verde e, simultaneamente, para que o futuro dos nossos filhos seja mais risonho. É um pequeno passo, mas é um passo na direção certa”, considera o promotor da Sempar, cujo passado profissional envolvera já empresas de móveis e carpintaria onde pôde “adquirir conhecimentos”.
Empresa oferece aos clientes uma opção de personalização total dos móveis, desenhando a nova aparência “única e exclusivamente” consoante cada pedido
A transformação dos móveis obedece a um “processo criativo e de pesquisa exaustivo”, que permite obter, no final, “uma peça harmoniosamente fiel ao tema”, provando que “o móvel não tem de ser um objeto amorfo, sem vida e sem sentido, pelo contrário”.
“O primeiro trabalho que fizemos foi um móvel, pensado por mim, para representar o amor de duas pessoas que se conheceram e apaixonaram na Fuseta e que gostam de ouvir músicas dos Íris”, recorda o responsável da Sempar, que diz ter juntado “um pouco do antigo e do novo”, obtendo “um móvel robusto, sólido e único”, como se pretende “que seja o amor e a relação do casal”.
Parte das renovações são idealizadas pelos mentores da empresa – e, nesse caso, os preços oscilam entre os 300€ e os 500€ (sendo os mais caros os móveis de casa-de-banho) – mas há também uma opção de personalização total, em que o preço começa nos 350€ e que possibilita que a peça seja desenhada “única e exclusivamente para o cliente”.
“A pessoa dá-nos o tema, as medidas e o conhecimento do local onde o móvel irá ser colocado e a partir daí desenvolvemos um projeto que reflete o seu desejo”, revela Fernando, adiantando ao Boas Notícias que está, neste momento, a trabalhar em dois projetos, um deles inspirado pela cidade de Paris e pela banda AC/DC e outro pelo tema “bicicletas”.
Embora se trate de um negócio recente, o empresário mostra-se otimista em relação ao futuro e garante que o balanço da procura no primeiro mês é positivo. “Ainda é cedo para falar porque estamos há pouco tempo no mercado e a conjuntura económica atual é bastante adversa, mas a reação a estes conceitos tem sido muito boa, temos recebido muitos elogios e muito apoio”, conclui.
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Artigo sugerido por Rosaly Pereira