Uma má formação dos brônquios impossibilitava o ar de chegar aos pulmões da criança que estar sistematicamente ligada a um ventilador. A solução apresentada pelos investigadores da Universidade de Michigan seria introduzir um implante de uma traqueia de Kaiba para retificar o problema e deixar o ar circular.
A operação foi um sucesso. O menino foi submetido a uma cirurgia em Fevereiro de 2012 e, hoje, o seu organismo está completamente adaptado ao implante. Por ser constituído por organismos vivos, ao fim de três anos a prótese (à esquerda) vai ser absorvida pelo corpo de Kaiba e passará a ser parte integrante dele.
“Foi incrível. Assim que a prótese foi introduzida, os pulmões começaram a ir para cima e para baixo pela primeira vez e nós soubemos que tudo iria correr bem”, explica num comunicado da Universidade de Michingan, Glenn Green, professor de Otorrinolaringologia Pediátrica.
Em conjunto com o seu colega Scott Hollister, o investigador desenhou o modelo de uma traqueia e dos brônquios em computador, que depois foi concretizado através da ajuda de uma impressora 3D a laser. Vinte e um dias após a implantação deste modelo no corpo do bebé, Kaiba pôde finalmente sair do ventilador.
“O caso do Kaiba é definitivamente o auge da minha carreira até agora. Construir algo que um cirurgião pode utilizar para salvar a vida de alguém? É um sentimento tremendo”, admite Scott Hollister.
Os dois investigadores da Universidade de Michingan já utilizaram a mesma técnica de produção em 3D para devolver estruturas de orelhas, narizes e mesmo de ossos para outros pacientes.
Esta nova conquista que garantiu uma nova oportunidade de vida a Kaiba poderá ajudar mais crianças em todo o mundo que nascem com a mesma condição – a traqueobroncomalacia severa que, muitas vezes, conduz à morte.
Segundo a universidade norte-americana, um em cada 2.200 bebés nascem com traqueobroncomalacia (dos quais 10% são casos severos como o de Kaiba) que muitas vezes é confundida com asma e que, por isso, tende a não receber o tratamento correto.