O investigador português Tiago Vaz Maia acaba de ser distinguido pela Association for Psychological Science (APS), prestigiada instituição científica norte-americana, com o título de "estrela em ascensão".
O investigador português Tiago Vaz Maia acaba de ser distinguido pela Association for Psychological Science (APS), prestigiada instituição científica norte-americana, com o título de “estrela em ascensão”. Através da sua publicação The Observer, a associação elegeu especialistas de vários países que estão a “impulsionar a ciência para novas direções” na área da psicologia.
A lista, que engloba 20 cientistas, é a primeira de uma série com diversas partes que vai apresentar ao mundo “mais estrelas” das ciências psicológicas. Para já, Tiago Vaz Maia, investigador e professor da Universidade de Lisboa (UL) e da Columbia University, é o único nome nacional em destaque pelo seu trabalho relacionado com os comportamentos automáticos e as estruturas cerebrais que os desencadeiam.
“Em termos de processos psicológicos, estou interessado nos comportamentos automáticos, como os hábitos, e nas respostas emocionais, como o medo, com ênfase na forma como esses comportamentos e respostas são aprendidos e podem ser 'desaprendidos'”, explica o docente da Faculdade de Medicina da UL em entrevista ao The Observer.
Tiago Vaz Maia, que é também professor assistente de neurobiologia clínica na Columbia University, destaca ainda o seu interesse “nas estruturas que modelam estes processos psicológicos” e salienta que o programa de investigação que desenvolve engloba o estudo de três patologias relacionadas com distúrbios a este nível, nomeadamente o Síndrome de Tourette, o transtorno obsessivo-compulsivo e o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade.
Tentar melhorar vida de milhões é “motivação poderosa”
“Durante o meu doutoramento, fiquei fascinado com a capacidade de teorias de aprendizagem matemáticas/computacionais relativamente simples serem capazes de fornecer explicações únicas para grandes corpos de descobertas psicológicas e neurocientíficas”, confessa o investigador, que diz ter-se apercebido da utilidade destas teorias na compreensão na área da psicopatologia.
“Esse é, provavelmente, o aspeto mais entusiasmante do meu trabalho. A esperança de ter um impacto direto e significativo na melhoria das vidas de milhões de pessoas que sofrem todos os dias com os problemas que estudo é uma motivação poderosa”, acrescenta Tiago Vaz Maia.
Atualmente, o investigador e a sua equipa encontram-se a “arranhar a superfície de um imenso poço de oportunidades” em termos de modelos computacionais que poderão providenciar novas visões acerca dos distúrbios psiquiátricos com o objetivo de estabelecer a psiquiatria computacional como uma abordagem nova que mude o paradigma do estudo das bases neurocomportamentais destes problemas.
De acordo com Tiago Vaz Maia, o “grande 'prémio' seria conseguir provar que esta abordagem pode conduzir a avanços clinicamente significativos”. “São objetivos ambiciosos, mas são os que tenho a longo prazo. Se forem bem-sucedidos, poderão vir a mudar radicalmente a psiquiatria como a conhecemos”, conclui.
Além do cientista português, foram distinguidos, na sua maioria, como “estrelas em ascensão” diversos investigadores de universidades norte-americanas, além de especialistas de instituições universitárias de países como Chile, Noruega, Inglaterra e Alemanha.
Clique AQUI para consultar o currículo completo de Tiago Vaz Maia e alguns dos estudos já publicados assinados pelo investigador e AQUI para conhecer todas as distinções da APS e respetivas entrevistas.
Notícia sugerida por Patrícia Guedes