Apesar da crise, os portugueses são fiéis aos seus animais de estimação. A conclusão é de um estudo da GfK, uma das maiores empresas de estudos de mercado do mundo, que obteve resultados "animadores".
Apesar da crise, os portugueses são fiéis aos seus animais de estimação. A conclusão é de um estudo da GfK, uma das maiores empresas de estudos de mercado do mundo, que analisou o comportamento dos portugueses face aos seus “bichinhos” e obteve resultados “animadores”.
O estudo regular GfKTrack2Pets revelou que, face ao ano anterior, se verificou, em 2012, um aumento de 2% do número de lares com cães, com especial incidência nos lares com famílias mais numerosas.
Atualmente, concluiu o relatório, metade dos lares portugueses possui, pelo menos, um animal de estimação, sendo que mais de 50% dos lares com 4 ou mais indivíduos albergam, pelo menos, um animal.
Segundo um comunicado da Gfk enviado ao Boas Notícias a propósito deste estudo, “os cães continuam a ser o animal de estimação mais predominante, estando presentes em 34% dos lares portugueses (o que corresponde a 68% dos lares com animais de estimação).
Gatos e pássaros, por seu lado, estão presentes em 17% e 8% dos lares, respetivamente, sendo que em 17% das casas das famílias portuguesas convivem, em simultâneo, cães e gatos (uma percentagem equivalente à registada em 2011).
Preocupação com cuidados de saúde e alimentação
Além disso, o estudo, que se baseou em inquéritos efetuados a uma amostra com cerca de 1.200 indivíduos, mostrou que existiram alterações, entre 2011 e 2012, ao nível das raças, dos tipos de alimentação dados aos animais e do seu local de compra.
No que toca a raças, observam-se, de acordo com a Gfk, algumas diferenças entre cães e gatos: nos gatos, predominam os rafeiros (80%) e, no caso dos cães, existe uma distribuição equitativa: 50% são cães de raça (um indicador que aumento ligeiramente face a 2011). A idade média dos cães ronda os 5 anos, ao passo que a dos gatos é aproximadamente 3,5 anos.
Ao nível dos cuidados de saúde, os inquéritos efetuados permitiram também constatar comportamentos diferentes por parte dos donos de animais de estimação: 79% dos donos de cães costumam levá-los ao veterinário (sendo que, destes, 89% vão pelo menos uma vez por ano), enquanto somente 51% levam os seus gatos (e, destes, 70% pelo menos uma vez por ano).
Também quanto aos gastos financeiros com saúde se observam diferenças: no caso dos cães, este tipo de cuidados consome uma fatia de 30% do total dos gastos com os mesmos (contra 24% em 2011) e, nos gatos, somente 22% do total dos custos.
“Ligação estreita” com animais mesmo em tempo de crise
O estudo da Gfk comprovou, porém, que, em termos de alimentação, os padrões de comportamento tendem a ser mais semelhantes. O ano passado registou-se um aumento ligeiro da compra de comida manufaturada, sendo este mais relevante na alimentação seca (adquirida por 85% dos donos de cães e 81% dos donos de gatos).
Contudo, realça a empresa, “a compra de comida manufaturada tende a ser, cada vez mais, realizada nas grandes superfícies (hipermercados e supermercados), em detrimento das lojas da especialidade”.
Em sentido contrário, os “restos de comida” apresentam uma redução face a 2011, sendo utilizados por 44% dos lares que possuem cães (50% em 2011) e 31% dos lares que possuem gatos (37% em 2011), verificando-se uma maior preocupação com uma alimentação adequada às caraterísticas dos animais.
Face aos resultados obtidos, a Gfk sublinha que, contrariando “muitas notícias sobre abandono de animais” e, mesmo em tempos de crise, “os portugueses continuam a manter uma estreita ligação e cuidado com os seus animais de estimação”.