A análise de uma amostra de rocha recolhida pelo robô Curiosity revela que o planeta Marte poderá ter tido condições de suportar vida microbiana no passado.
A análise de uma amostra de rocha recolhida pelo robô Curiosity revela que o planeta Marte poderá ter tido condições de suportar vida microbiana no passado. Os cientistas da agência espacial NASA verificaram a existência de enxofre, azoto, hidrogénio, oxigénio, fósforo e carbono, ingredientes químicos que permitem originar a vida.
A rocha sedimentar foi extraída no mês de Fevereiro, no leito antigo da cratera Gale do planeta vermelho, zona que o Curiosity se encontra a explorar.
Até ao momento, os dados reunidos pelo robô levaram os cientistas a acreditar que aquela zona poderá ter acolhido um sistema fluvial ou o leito de um lago “intermitentemente molhado” que terá fornecido energia química e outras condições favoráveis à formação de micróbios.
“A questão fundamental para esta missão é se Marte poderá ter suportado um ambiente habitável. Por aquilo que sabemos agora, a resposta é sim”, salientou Michael Meyer, cientista líder do Programa de Exploração de Marte, no site oficial da NASA.
Segundo a agência espacial norte-americana “este ambiente antigo molhado, ao contrário de alguns outros em Marte, não foi severamente oxidante, ácido ou extremamente salgado”. A rocha sedimentar de grão fino, extraída através da perfuração do solo, revela evidências de múltiplos períodos de solo molhado, incluindo nódulos e veias.
Ambiente era propício à formação de micróbios
“Minerais de argila representam pelo menos 20% da composição desta amostra”, revelou David Blake, cientista do Centro de Investigações Ames da NASA, no site oficial da agência. Estes minerais resultam de uma reação entre água fresca e rochas eruptivas, como é o caso da olivina, presente nos sedimentos encontrados.
Os investigadores ficaram surpreendidos com a mistura de químicos oxidados, pouco oxidados e não-oxidados, que apresentavam um gradiente de energia semelhante ao de muitos micróbios existentes na Terra.
“A variedade de ingredientes químicos que identificámos na amostra é impressionante”, revelou Paul Mahaffy, investigador do Centro de Voos Espaciais Goddard da NASA, no site oficial da agência norte-americana.
[Notícia sugerida por Gonçalo Alexandre]