Os portos portugueses poderão gerar, no prazo de três a cinco anos, mais de 200 novos postos de trabalho. É esta a crença de João Carvalho, presidente do Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM).
Os portos portugueses poderão gerar, no prazo de três a cinco anos, mais de 200 novos postos de trabalho. É esta a crença de João Carvalho, presidente do Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM), dada a conhecer esta quarta-feira.
Em entrevista à Lusa, o presidente do IPTM, entidade reguladora do setor portuário, defendeu que “o número de postos de trabalho nos portos nacionais pode crescer 40% no prazo de três a cinco anos”, em consequência da implementação do novo regime laboral e do aumento da carga movimentada.
Os portos de Portugal Continental empregam, atualmente, cerca de 650 estivadores, e João Carvalho prevê a criação de mais de duas centenas de postos de trabalho adicionais, rejeitando, portanto, o argumento dos trabalhadores, que têm protestado contra a nova legislação, que acreditam que vai criar desemprego.
“São precisos mais trabalhadores, porque o movimento de carga está a crescer. Com a nova lei, em três anos, haverá muito mais emprego”, garantiu, salientando também a “necessidade de rejuvenescer [a mão de obra]”.
O presidente alertou ainda que “só há necessidade de mais emprego se vier mais carga” e que “quem pensar o contrário qualquer dia não tem emprego” já que, se as greves dos estivadores se prolongarem por muito mais tempo, “a probabilidade é que se percam clientes”.
Nova lei vai reforçar produtividade dos portos, antevê dirigente
“A questão de fundo é a imagem com que fica o porto [em greve]. Esta direção sindical deveria ouvir bem o que tem sido dito por toda a gente, porque qualquer dia está a provocar o desemprego, uma vez que a atividade está a diminuir bastante”, sustentou.
João Carvalho acredita portanto que, se for aprovada, a proposta de lei que, esta quinta-feira, vai ser discutida na generalidade, vai reforçar a produtividade dos portos, o que dará condições a estas infraestruturas para “concorrerem com os portos espanhóis e ficarem ao nível de outros grandes portos europeus”.
“Poderemos reduzir as taxas [portuárias], porque virão mais cargas e, com preços equivalentes a outros portos, ficamos em igualdade de circunstâncias”, concluiu.
O debate do novo regime do trabalho portuário, previsto no memorando de entendimento com a '”troika”, que vem substituir a legislação laboral em vigor desde 1993, levou os dois sindicatos, que o contestam, a convocar uma manifestação junto à Assembleia da República.
Recorde-se que os portos de Aveiro, Figueira da Foz, Lisboa e Setúbal estão em greves sucessivas desde setembro, tendo pré-avisos de greve até 17 de dezembro.
[Notícia sugerida por Patrícia Guedes]